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Agricultores angolanos querem mais apoio do Governo para escoar produtos

Pedro Borralho Ndomba (Luanda)11 de dezembro de 2014

Camponeses angolanos continuam a pedir ajuda governamental para escoarem os produtos agrícolas. Agricultores consideram que os projetos criados pelo Executivo não beneficiam a agricultura familiar.

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Angola - Landarbeiter
Foto: DW/P. Ndomba
A falta de meios de transporte para a distribuição dos produtos dos campos para os mercados, bem como a falta de financiamento aos pequenos camponeses são os grandes desafios que os agricultores angolanos têm de enfrentar.

Segundo os agricultores da comuna da Funda, município de Cacuaco, em Luanda, que se dedicam ao cultivo de couve, quiabo, batata-doce e milho, os produtos chegam aos mercados informais graças aos vendedores que vão às lavras comprar o que é produzido.

Angola - Landarbeiter
Os trabalhadores rurais pedem mais apoio para a comercialização dos seus produtosFoto: DW/P. Ndomba
"Não conseguimos escoar os produtos devidamente por falta de meios rolantes. Para os tirarmos do campo para a cidade, tiramos daqui dos campos com meios próprios e levamos para os mercados e, muitas vezes, não há rendimento”, explica um dos agricultores ouvidos pela DW África. “Nós esperamos os clientes aqui no campo, mas ajuda do Governo não há", afirma.

O problema também afecta camponeses na província do Bengo. De acordo com Santos Francisco, coordenador da Cooperativa Agrícola do Lifune, situada na localidade dos Libongos, o fraco rendimento dos camponeses é o resultado da falta de escoamento de bananas, cebolas, batatas e outros bens alimentares produzidos naquela parcela do país.

Angola - Landarbeiter
Cultivo de couve no Município de CacuacoFoto: DW/P. Ndomba
“O escoamento não é fácil. Graças a alguns colegas que têm transportes é que conseguimos sobreviver. Mas há ocasiões em que os produtos se estragam por falta de escoamento", explicou um agricultor.

Também as pragas nas zonas de cultivo inquietam os camponeses, que relatam dificuldades na obtenção de produtos para combater os insectos que invadem as plantações, prejudicando a colheita.

Governo tenta responder a queixas dos agricultores

A criação do Programa de Aquisição de Produtos Agro-pecuários, PAPAGRO, liderado pelo Ministério do Comércio, foi o meio encontrado pelo Executivo para dar resposta aos problemas dos camponeses. Também é incentivada a comercialização e o consumo de produtos nacionais.

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Porém, esta política deixa de fora os camponeses que se dedicam à agricultura familiar. Por isso, a ministra do Comércio de Angola, Rosa Pacavira, anunciou em novembro que o PAPAGRO será descentralizado em todos os municípios. A ideia é que haja um maior envolvimento dos agentes que operam no sector da agricultura na gestão do crédito agrícola.

"Todos os municípios terão verbas para comprar os produtos aos camponeses. Estamos a incentivar os agentes rurais. São aqueles cidadãos que se vão candidatar para gerir o PAPAGRO em cada município, e terão acesso ao crédito ajuda reembolsável com um por cento de juros", garantiu.
Angola Landwirtschaft Kwanza Sul
Na localidade de Cassombo (Pambangala, província do Kwanza Sul), agricultores apresentam o excedente da produção de feijão que é destinado à vendaFoto: Jörg Böthling/Brot für die Welt