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ConflitosAlemanha

Alemanha pede à Rússia para retirar tropas da Ucrânia

DW (Deutsche Welle) | Lusa
15 de fevereiro de 2022

A chefe da diplomacia alemã, Annalena Baerbock, apelou à Rússia para retirar as tropas da fronteira com a Ucrânia. O chanceler Olaf Scholz chega hoje a Moscovo, onde será recebido pelo Presidente russo, Vladimir Putin.

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Chanceler Olaf Scholz esteve ontem em Kiev
Chanceler Olaf Scholz esteve ontem em KievFoto: Valentyn Ogirenko/REUTERS

"A situação é particularmente perigosa e pode degenerar a qualquer momento. Devemos usar todas as oportunidades de diálogo para alcançar uma solução pacífica", disse a ministra dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Annalena Baerbock, num comunicado.

"A responsabilidade pelo fim da escalada está claramente do lado da Rússia e cabe a Moscovo retirar as suas tropas", acrescentou a chefe da diplomacia alemã.

A Rússia tem deslocados cerca de 100 mil soldados na fronteira com a Ucrânia e realiza exercícios militares no mar Negro e na Bielorrússia, a poucos quilómetros de Kiev, o que faz temer a ocidente que se possa estar a preparar um ataque próximo contra o país vizinho.

A Ucrânia, no entanto, não vê sinais de uma invasão russa ainda esta semana, adiantou na segunda-feira o secretário do Conselho Nacional de Segurança e Defesa do país, Oleksiy Danílov.

Adesão da Ucrânia à NATO "fora da agenda"

O chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, afirmou esta segunda-feira (14.02) que uma eventual adesão da Ucrânia à NATO é um tema "praticamente fora da agenda" neste momento e não deveria ser o motivo de uma crise política de grandes proporções e da crescente tensão militar entre a Rússia e o Ocidente. 

A declaração foi feita após uma reunião de quase três horas entre Scholz e o Presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, em Kiev.

Encontro entre o chanceler Olaf Scholz e o Presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, em Kiev (14.02)
Encontro entre o chanceler Olaf Scholz e o Presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, em Kiev (14.02)Foto: Kay Nietfeld/dpa/picture alliance

A eventual adesão da Ucrânia à aliança militar é um dos pretextos de Vladimir Putin para mobilizar militares russos para a fronteira. Uma das exigências do Presidente russo para travar a mobilização de cerca de 130 mil militares russos é uma garantia de que a ex-república soviética, que nos últimos anos se tem aproximado politicamente e economicamente do Ocidente, não será admitida como membro da NATO.

No final da reunião com Scholz, Zelenski disse que seu país continuará a tentar tornar-se membro da NATO, apesar da irritação que provoca na Rússia e do ceticismo de alguns países do Ocidente. "Acredito que devemos seguir o caminho que escolhemos", disse o Presidente ucraniano, acrescentando que a opção do país não se tornar membro da NATO "não é um sinal vindo da Ucrânia", mas de outras nações.

Apoio financeiro

Após o encontro com Volodimir Zelenski, Olaf Scholz também anunciou um novo apoio financeiro alemão à Ucrânia, no valor de 150 milhões de euros, que vai acelerar a transferência de outros 150 milhões de euros referentes a um empréstimo já formalizado anteriormente. 

O chanceler alemão lembrou que "nenhum país apoiou financeiramente a Ucrânia de forma mais intensa que a Alemanha nos últimos oito anos". Durante esse período, a Alemanha transferiu para a Ucrânia cerca de dois mil milhões de euros, que terão contribuído para o país se tornar "mais resiliente e independente da influência estrangeira", afirmou Scholz.

Quanto a um pedido da Ucrânia para que a Alemanha autorize o envio de armas para o país, Scholz apenas fez referência à lei alemã que restringe esse tipo de exportação para áreas de conflito.

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