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Alemanha quer investir na diversificação de Angola

Guilherme Correia da Silva (em Luanda)22 de julho de 2015

Esta quarta-feira (22.07) foi o Dia da Alemanha na Feira Internacional de Luanda. A Alemanha, o convidado especial da feira angolana, conta com um número recorde de expositores. E quer ajudar a diversificar a economia.

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Foto: DW/G. Correia da Silva

Em dia de festa, não há espaço para "crises". Há rissóis, croquetes, cerveja angolana e refrigerantes. Ao lado, guardanapos com as cores da bandeira alemã, preto, vermelho e dourado.

A Alemanha é, este ano, o convidado especial da Feira Internacional de Luanda (FILDA), a maior feira de negócios de Angola. E tem o maior número de expositores de sempre: no total, estão aqui representadas 28 empresas alemãs numa área de quase 700 metros quadrados. Todos os anos, há cada vez mais expositores e isso não é uma coincidência, diz Brigitte Zypries, secretária de Estado parlamentar do Ministério da Economia e Energia.

"Angola tem muito potencial e nós estamos aqui, a economia alemã e o Ministério da Economia, como pequeno suporte, para ajudar os angolanos a diversificar a economia", explica Brigitte Zypries. "Vemos que a principal tarefa é que Angola se liberte da política do produto único – o petróleo. Pensamos que é importante investir mais noutras áreas. Por isso estamos aqui."

Por cima do stand de cada empresa alemã na FILDA, está a chancela "Made in Germany" (Fabricado na Alemanha), que se tornou um símbolo de qualidade a nível mundial.

Terra de oportunidades

Os empresários alemães continuam a ver Angola como uma terra de oportunidades e não há obstáculos que os demovam.

A capital angolana, Luanda, é a cidade mais cara do mundo para expatriados. Além disso, para formar uma empresa no país continuam a ser precisos muito papéis e os processos são morosos.

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A queda do preço do petróleo nos mercados mundiais teve efeitos nefastos na economia. Face à diminuição das receitas petrolíferas, o Estado teve de cortar um terço do total da despesa pública. Devido à crise, faltam também divisas estrangeiras. Quem vai ao banco tem dificuldades em converter a moeda angolana, o kwanza, em euros e fazer transferências para o exterior. Isso provoca demoras.

"Tememos precisar de três meses, no mínimo, até pagar uma conta de 50 000 ou 100 000 euros", conta Thomas Schmidt, gerente da Krones em Angola. Segundo dados fornecidos por esta empresa, 90% das máquinas de engarrafamento de água, cerveja e refrigerantes no país são da marca Krones. A Krones Angola faz a sua manutenção.

Mas, apesar das dificuldades dos últimos tempos com as transferências internacionais, o gerente Thomas Schmidt continua otimista. "Angola ainda é um mercado muito interessante para a Krones", sublinha.

"Menina dos olhos de ouro"

Judith Helfmann, da associação de empresas alemãs com negócios no continente africano, Afrika Verein, tem uma opinião semelhante: há desafios neste momento, principalmente a falta de divisas, mas Angola continua a ser vista como uma "menina dos olhos de ouro".

Angola FILDA 2015 – Deutschland Bosch
A empresa alemã Bosch marca presença na FILDAFoto: DW/G. Correia da Silva

"Hoje estivemos no Ministério das Finanças e com o governador do Banco Central e há algumas empresas com dívidas milionárias desde o início do ano. Mas, fora isso, ninguém tem medo de investir em novos negócios", diz Judith Helfmann.

A responsável do Afrika Verein acredita que "ninguém irá embora de Angola". Judith Helfmann considera que "o novo Orçamento de Estado é bastante realista" e foi calculado com um preço do petróleo realista. "E os mercados são assim - o preço do petróleo aumentará novamente", conclui.

A secretária de Estado parlamentar do Ministério alemão da Economia e Energia diz ter apresentado às autoridades a lista de problemas dos empresários no dia-a-dia de negócios. Outro tema discutido foi uma imprensa livre e aberta e um "Estado de Direito funcional para um sistema económico funcional", avançou Brigitte Zypries sem adiantar mais pormenores.

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