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Angola e RDC estudam regresso de refugiados congoleses

Lusa | mjp
14 de julho de 2017

Autoridades dos dois países deverão reunir-se em breve para analisar se existem condições para iniciar o regresso de mais de 31 mil refugiados congoleses que se encontram em território angolano.

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Angola Flüchtlingslager nahe Kakanda
Foto: DW/N. Sul d'Angola

A informação foi avançada pelo ministro das Relações Exteriores de Angola, Georges Chikoti, no final da primeira reunião ministerial extraordinária do Mecanismo Tripartido de Diálogo e Cooperação entre Angola, África do Sul e República Democrática do Congo, realizada na quinta-feira (13.07), em Luanda.

O chefe da diplomacia angolana referiu que foi orientada a realização de um encontro, em local ainda por definir, dos governadores das províncias angolana da Lunda Norte e congolesa de Kasai, zona de origem de mais de 31 mil refugiados, que em finais de março procuraram segurança em território angolano, devido a conflitos étnicos e políticos.  

Segundo o ministro, os dois governadores vão reunir-se para analisar todos os aspetos que têm a ver com a estabilidade da RDC: "Se for consenso que há de facto condições de paz, naturalmente que esses refugiados poderão começar a regressar para o seu país porque também fazem parte da população congolesa que deve ser registada para as próximas eleições", referiu o ministro.

Georges Chikoti disse que a reunião deverá ser agendada muito em breve "porque já foram dadas as instruções para fazerem o encontro, mas tem que haver uma preparação técnica porque são vários setores que vão (participar)".

George Chikoti
Georges ChikotiFoto: AP

O mecanismo tripartido foi criado em 2013 pelos Presidentes de Angola, José Eduardo dos Santos, da África do Sul, Jacob Zuma, e da RDC, Joseph Kabila, para a conjugação de esforços com vista à consolidação da paz e estabilidade no país francófono.

Diplomacia congolesa garante estabilidade

Angola acolhe desde finais de março milhares de refugiados da RDC, provenientes das províncias de Kasai e Kasai central, que procuraram refúgio em território angolano, mais concretamente na província da Lunda Norte, devido ao conflito que se regista nas suas zonas de origem.

Os refugiados congoleses, na sua maioria crianças, algumas das quais sem familiares, encontram-se distribuídos por dois centros provisórios na cidade do Dundo, capital da província da Lunda Norte.

Entretanto, esta quinta-feira, em Luanda, o vice-primeiro-ministro para os Negócios Estrangeiros da República Democrática do Congo disse que está restabelecida a calma nas províncias afetadas, nos últimos meses, por conflitos políticos e étnicos, que causou milhares de refugiados. 

Kongo Kananga Tshimbulu MONUSCO
Soldados da missão da MONUSCO, a missão da ONU na RDC, em KasaiFoto: Reuters/A. Ross

No final do encontro do Mecanismo Tripartido de Diálogo e Cooperação entre Angola, África do Sul e República Democrática do Congo, Leornard She Okitundu referiu que a autoridade do Estado está reposta nas províncias afetadas e que estão a ser realizados grandes esforços para que as populações refugiadas, entre as quais mais de 30 mil em território angolano, regressem às suas zonas de origem.

"Também vamos terminar neste mês de julho, o recenseamento dessa população, isso demonstra a determinação das autoridades congolesas para pôr termo com o processo de recenseamento (para as eleições)", disse o vice-primeiro-ministro para os Negócios Estrangeiros do país vizinho de Angola.

O governante congolês agradeceu o apoio que Angola e a África do Sul têm dado ao seu país, que acusou "é vítima de ingerência externa da União Europeia e dos Estados Unidos da América".

Relativamente às eleições, Leonard She Okitundo disse que, apesar as dificuldades causadas pelo "terror levado a cabo pelas milícias", o processo eleitoral que foi levado a cabo pela Comissão Nacional Eleitoral "é irreversível".

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