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Auscultações para solucionar crise política na Guiné-Bissau

Briama Darame ( Bissau)21 de janeiro de 2016

O Presidente da República da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, anunciou nesta quinta-feira (21.01) o início de uma série de encontros com as forças vivas para tentar encontrar uma saída para o impasse político no país.

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Presidente da Guiné-Bissau, José Mário VazFoto: DW/M. Sampaio

A iniciativa foi revelada num comunicado da Presidência da República em que José Mário Vaz pede contenção verbal dos atores envolvidos na contenda de modo a manterem a tranquilidade e a estabilidade do país.

O Chefe de Estado, que até aqui estava em silêncio, felicitou as Forças da Defesa e Segurança pela postura até aqui assumida e encorajou-as a manterem-se fiéis aos princípios republicanos.

José Mário Vaz também felicitou a sociedade civil e a comunidade internacional pelos esforços que estão a realizar para tentar mediar a crise. O Presidente da República pediu ainda no comunicado divulgado que os atores políticos observem as leis e as regras constitucionais da Guiné-Bissau.

Sessão na ANP suspensa por falta de segurança
A teimosa instabilidade política persiste na Guiné-Bissau, tendo na quarta-feira (20.01), o presidente do Parlamento, Cipriano Cassamá suspenso a sessão extraordinária inicialmente prevista para esta quinta-feira, alegando falta de condições de segurança para a sua realização.

Parlament in Guinea-Bissau
Assembleia Nacional Popular (ANP)Foto: DW/B. Darame

Esta suspensão vai vigorar até que haja condições de segurança no hemiciclo, anunciou o presidente da Assembleia Nacional Popular (ANP).

Parlamento da Guiné-Bissau arrombado por deputados

Mesmo assim e à revelia de muitos deputados, elementos do grupo parlamentar da oposição, formado pelo PRS e mais 15 deputados expulsos do PAIGC, arrombaram a porta principal do Parlamento da Guiné-Bissau, anunciaram em comunicado os serviços da ANP guineense.

O grupo terá realizado um novo encontro que serviu para agendar para 26 de janeiro um debate sobre a situação política do país.

Os 15 dissidentes do PAIGC e a bancada do PRS alegam que a suspensão decretada pelo presidente da ANP não os vincula, uma vez que já elegeram uma nova mesa do Parlamento chefiada por Alberto Nambeia, líder do partido da oposição.

Antes do anúncio feito pela presidência da República, numa reunião do Conselho de Ministros, o Governo da Guiné-Bissau responsabilizara o Presidente da República, José Mário Vaz, pelo "clima de instabilidade" no país tendo denunciado por outro lado, uma alegada intenção de deter os membros do atual executivo liderado pelo primeiro-ministro Carlos Correia.

Guinea-Bissau Carlos Correia
Carlos Correia, primeiro-ministro da Guiné-BissauFoto: DW/B. Darame

No comunicado do Conselho de Ministros, o Governo criticava o silêncio do Presidente da República, que – e citamos o documento – tem "uma atitude não só de cumplicidade, mas também de apoio a uma tentativa de golpe institucional orquestrada pelos dirigentes expulsos do PAIGC e que, em consequência, perderam o mandato de deputado".

LGDH reúne-se com atores políticos guineenses

Também antes da nota presidencial sobre os encontros agendados com as forças vivas guineenses e após uma ronda negocial com os atores pertencentes nomeadamente ao PAIGC e ao PRS, o presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, Augusto Mário da Silva apelou ao Chefe de Estado da Guiné-Bissau para se posicionar o mais rapidamente possível sobre a crise que o país atravessa.“O Presidente da República não pode ficar indiferente a esta crise, principalmente porque ele é o primeiro magistrado da Nação, tem por missão promover a unidade nacional e o normal funcionamento dos órgãos de soberania”.

Demonstration in Bissau
Manifestação em Bissau contra a instabilidade governamental (17.08.2015)Foto: DW/F. Tchuma

Lembramos que durante a campanha eleitoral para as eleições gerias de 2014, todos os candidatos assinaram um compromisso com o Parlamento Infantil para em caso da vitória fosse garantida a estabilidade e o bem-estar das crianças guineenses, as primeiras vítimas de qualquer conflito.

À DW-Africa, Bacar Mané, vice-presidente do Parlamento Infantil, acusou os atores políticos de não cumprirem com o prometido. “Esta não deveria ser a atitude dos nossos pais porque quando se compromete trabalhar para o bem de uma população, todos ficam à espera que essas promessas sejam concretizadas”.

A sociedade civil guineense está chocada com o comportamento de alguns políticos guineenses e nesse ambito um grupo de mulheres tentou esta quinta-feira agendar uma audiência com o Presidente da Republica para solicitar a sua intervenção.

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