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Autoridades investigam incidentes mortais em mina

Marcelino Mueia (Quelimane)1 de dezembro de 2015

Há duas semanas, um grupo de populares invadiu a mina de Muiane, na província da Zambézia, centro de Moçambique. Pelo menos cinco pessoas morreram. A seguir, parte da mina desabou, matando outras três pessoas.

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Mina ilegal de carvão em Moçambique (foto de arquivo)Foto: Amos Zacarias

A mina de Muiane, no distrito de Gilé, vandalizada há duas semanas é operada pela Tantalum Mineração, de capitais canadianos. Populares destruíram máquinas e instalações da empresa para protestar contra a morte de um garimpeiro, alegadamente pela polícia, durante um roubo na companhia mineira.

O Governo local diz desconhecer os verdadeiros motivos da invasão da mina. Segundo o diretor provincial dos Recursos Minerais e de Energia na Zambézia, Almeida Manhiça, as equipas do Governo estão a fazer tudo para esclarecer em breve o que motivou a vandalização, que resultou na morte de pelo menos cinco pessoas, segundo a polícia local.

"Estamos a fazer o levantamento daquilo que foram as reais motivações para aquela invasão. Depois, será tomada uma medida mais acertada tendo em conta as conclusões dessa investigação", afirmou Manhiça.

Desabamento

A mina foi abandonada pela Tantalum Mineração, depois dos recentes tumultos.

Segundo Almeida Manhiça, as minas de Muiane estão agora sob controlo de garimpeiros locais, que a estão a explorar ilegalmente. A 20 de novembro, um desabamento na mina fez três mortos e dois feridos graves.

"Eu, pessoalmente, fui trabalhar em Muiane na quinta-feira [19 de novembro]", comentou o diretor provincial dos Recursos Minerais. "Depois, tivemos aquele acidente em que morreram pessoas que trabalhavam sem observar as técnicas básicas de mineração. Acabaram desabando terras, que caíram sobre as pessoas."

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Protestos?

Fernando Inquiua, chefe da comissão dos antigos trabalhadores das minas de Muiane, anunciou a possibilidade de realizar manifestações na cidade de Quelimane e no distrito de Gilé - ações para protestar contra o sucedido e porque não foram ainda atribuídas indemnizações às famílias das pessoas que morreram na mina.

Segundo o chefe da comissão dos antigos trabalhadores das minas de Muiane, estima-se que mais de 2600 funcionários continuam a aguardar as suas indemnizações, há mais de dez anos. Na altura, as minas de Muiane, Marrupino, Naipa e Murua estavam a sob gestão de uma empresa gerida pelo Governo.

O porta-voz da polícia da Zambézia, Jacinto Feliz, confirmou que se encontram detidos quatro cidadãos residentes do Gilé, acusados de serem mentores da vandalização na mina de Muiane.