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Benim conta votos das presidenciais

Maria João Pinto / Rodrigue Guézodjè / RTR7 de março de 2016

Os eleitores beninenses foram às urnas no domingo para escolher o sucessor do Presidente Boni Yayi, que abandona o cargo depois de dois mandatos. Primeiro-ministro Lionel Zinsou é tido como favorito entre 33 candidatos.

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Após uma campanha eleitoral marcada por críticas, a votação decorreu sem incidentesFoto: DW/S. C. Zounyekpe

Já arrancou a contagem dos votos das eleições presidenciais deste domingo (06.03) no Benim. Apesar de a Comissão Eleitoral Nacional Autónoma (CENA) não ter avançado ainda quaisquer resultados, meios de comunicação social nacionais, que citam resultados provisórios não oficiais, apontam para a ida do ministro Lionel Zinsou a uma segunda volta, com o empresário Patrice Talon como rival.

Antigo economista e banqueiro, nascido em Paris, mas com dupla nacionalidade, Lionel Zinsou é apoiado tanto pelo Presidente Boni Yayi como pelo maior partido da oposição, o Partido Democrático da Renovação. Durante a campanha, Zinsou prometeu reestruturar a economia, apoiar as pequenas empresas e criar mais postos de trabalho, especialmente para os mais jovens.

"O nosso país está num momento de muita esperança. Acho que esta será uma votação de grande afluência, transparência e paz, a par desta grande esperança", declarou", declarou o primeiro-ministro depois de votar em Cotonou, a capital económica do Benim.

Ambiente calmo

Após uma campanha marcada pelas críticas à organização eleitoral e um adiamento das eleições de 28 de fevereiro para 6 de março, temia-se que o dia da votação fosse marcado por dificuldades logísticas. Porém, os milhares de observadores eleitorais registaram apenas incidentes menores nas quase 8 mil assembleias de voto do país.

USA Thomas Boni Yayi Präsident Benin
Quatro milhões e 700 mil eleitores foram chamados a escolher o sucessor de Thomas Boni YayiFoto: Getty Images/A. Wong

Os atrasos na produção e distribuição dos materiais de voto foram um dos principais problemas na preparação das eleições. No sábado (05.03), véspera das presidenciais, muitos jovens eleitores ainda não tinham recebido os seus cartões. Por isso, a Comissão Eleitoral deu luz verde à votação apenas com o bilhete de identidade. O senegalês Cheik Tidiane Gadio, chefe da delegação da Organização Internacional da Francofonia, elogiou a decisão, que classificou xomo "sábia".

"Os jovens farão a história deste continente e se eles estão interessados em política e na escolha do chefe de Estado, não podemos excluir milhares de jovens pelos erros dos organismos responsáveis", sublinhou Cheik Tidiane Gadio, que se mostrou também satisfeito com o "ambiente de calma nas eleições".

Modelo de democracia

O Benim é considerado um modelo de democracia na África Subsaariana. Foi o primeiro país da região a transitar da ditadura para a democracia multipartidária, quando realizou eleições em 1991.

A decisão de Boni Yayi de cessar funções, após os dois mandatos permitidos pela Constituição, contrasta com a atitude de vários dirigentes de outros países africanos como o Burundi, o Ruanda e o Congo, que alteraram a Constituição para se manterem no poder.

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"Com a minha saída, a nossa democracia dá um passo em frente, após dois mandatos de cinco anos. O Benim é uma das grandes democracias deste planeta", lembrou o chefe de Estado no dia das presidenciais. "Deixo-vos com esta República, as suas instituições e a unidade nacional", disse ainda Thomas Boni Yayi, que abandona oficialmente o cargo a 6 de abril.

Os resultados das eleições presidenciais do Benim são esperados dentro de três dias, de acordo com a Comissão Eleitoral. Se nenhum candidato vencer com maioria absoluta, as eleições seguem para a segunda volta, prevista para o final de março.

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