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Barcos da Proindicus mais úteis no combate ao terrorismo

29 de dezembro de 2021

Moçambique recebeu mais dois barcos para tentar conter a entrada de terroristas na costa de Cabo Delgado. Analista considera que melhor seria ter operacionais todos os barcos das "dívidas ocultas", agora em litígio.

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Mosambik Hafen in Maputo
Oito embarcações rápidas da Proindicus no Porto de MaputoFoto: Getty Images/AFP

O Ministério da Defesa de Moçambique acaba de receber dois barcos patrulha vindos da Índia para impedir a entrada de terroristas pela costa norte do país.

O ministro da Defesa, Cristóvão Chume, lembra que os terroristas encontram no mar facilidades para entrar em Cabo Delgado e perpetrar atos terroristas. Por isso, as duas embarcações serão úteis para controlar a costa.

"Estas embarcações constituem um enorme contributo para a manutenção da segurança ao longo da nossa costa e sucesso das operações militares contra os terroristas no teatro operacional norte, pois irão reforçar a vigilância contra qualquer ação criminosa particularmente a movimentação de terroristas através do mar", explica.

Barcos das dívidas ocultas?

O analista político Dércio Alfazema, do Instituto para a Democracia Multipartidária (IMD), diz que melhor seria mesmo que a costa norte tivesse todos os barcos das dívidas ocultas operacionais.

"O investimento que foi feito pela Proindicus, MAM e essa questão toda que originou a situação das dívidas ocultas se tivesse efetivamente feito para responder a situações de ameaça ao país, penso que por estas altura esses meios, esses barcos que estão aí todos armazenados poderiam ter a sua devida utilidade", argumenta.

Mosambik Verteidigungsminister Cristóvão Artur Chume
Cristóvão Chume, ministro da Defesa de MoçambiqueFoto: Roberto Paquete/DW

Dérico Alfazema entende que não é tardia a chegada de mais meios a Moçambique para conter a entrada de grupos armados e isto deve ser visto noutra perspetiva.

"O combate ao terrorismo ainda está a decorrer e esses meios vão ter a sua valência. Temos uma extensa área em termos marítimos que poderão não ser suficientes para fazer uma cobertura, mas pelo menos é um sinal, são meios que poderão ser usados, estão à disposição das nossas forças e vão ter a sua devida utilidade", afirma.

Mobilizar apoios

O analista diz que este é igualmente o momento em que as autoridades governamentais devem pensar em melhorar as condições técnicas para o Exército, no sentido "de criar umas Forças Armadas que tenham capacidade técnicas e meios necessários para fazer face a esses desafios que já são uma realidade no nosso contexto" e sublinha: "É preciso que se faça um investimento sério ao nível das Forças de Defesa e Segurança."

Mas não é só isso, segundo o analista do IMD, Moçambique deve estabelecer mais parcerias com outros países porque o combate ao terrorismo pode levar tempo.

Considera que "o mais importante é que Moçambique continue a fazer o levantamento das necessidades efetivas para fazer face a esse combate ao terrorismo e mobilize os apoios necessários e provavelmente esse apoio não virá de um único país, de uma única organização internacional."

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