Casos confirmados de ébola voltam a aumentar na RDC
20 de maio de 2018
No total, até sábado (19.05), contabilizaram-se 21 casos confirmados de febre hemorrágica pelo vírus ébola, 21 prováveis e quatro suspeitos, elevando para 46 o número total de registos da doença, segundo dados divulgados na madrugada de domingo (20.05) pelo Ministério da Saúde da República Democrática do Congo (RDC).
Na sexta-feira (18.05), o último relatório oficial publicado pelo Governo congolês dava conta de 25 mortos na sequência do novo surto, embora apenas 17 estivessem confirmados como positivos para o vírus ébola.
OMS descarta emergência internacional
A disseminação do vírus ébola numa área urbana causou alarme global, mas a Organização Mundial da Saúde (OMS) descarta para já o cenário de emergência internacional. Para a OMS, o surto não constitui "atualmente uma urgência de saúde pública de dimensão internacional". No entanto, a agência das Nações Unidas elevou na sexta-feira de "alto” para "muito alto” o risco de contágio na RDC.
"O risco de propagação internacional é particularmente grande", mas existem fortes razões para crer que "esta situação pode ser controlada", afirmou ainda um membro do Comité de urgência da OMS, durante uma conferência de imprensa, na sexta-feira, em Genebra, Suíça.
Vacinação arranca na próxima semana
O processo de vacinação deve começar esta segunda-feira (21.05), segundo as previsões da OMS. Pelo menos, 4.000 doses de uma vacina experimental já estarão na RDC e haverá mais a caminho, escreve a agência de notícias Associated Press.
O novo surto do vírus ébola eclodiu há cerca de um mês numa zona rural do noroeste da RDC.
As autoridades do Uganda afirmaram à agência de notícias espanhola EFE que o Uganda está em "alerta máximo" devido ao surto de ébola declarado na vizinha RDC, de onde recebe refugiados através do limite terrestre a sudoeste.
Mais de 50.000 congoleses atravessaram a fronteira para Uganda nos primeiros três meses e ainda estão a chegar a este país para os distritos de Kisoro e Kanungu, confirmou um porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), Tam Daniel Rogers.