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Com fim do processo de DDR, Gorongosa quer resgatar distrito

Arcénio Sebastião
3 de julho de 2023

Com a conclusão do processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) da RENAMO, o Governo da Gorongosa quer explorar ao máximo as potencialidades do distrito que durante anos foi dilacerado pela guerra.

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Foto: Arcenio Sebastiao/DW

O distrito da Gorongosa é tido como celeiro regional em termos de produção agrícola e agrega valor no que concerne à proteção de recursos faunísticos e florestais. No distrito há também produção agrícola em grande escala, uma vez que o subsolo da região é rico em vários recursos minerais preciosos.

Durante a guerra de luta pela democracia, desencadeada em 1977 pela Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), e o conflito armado de 2013 a 2021, extensas áreas estiveram sob o controlo dos guerrilheiros da maior força política da oposição moçambicana. Os fiscais estatais não tinha acesso completo às mesmas. Sabe-se, no entanto, que a flora e a fauna foram uma das fontes de sobrevivência da guerrilha.

A 15 de junho, a região tornou-se livre com o encerramento da 16ª e última base da RENAMO. Com isso, o administrador da Gorongosa, Pedro Mussengue, vê com urgência a necessidade de resgatar a conservação do ecossistema.

"Agora é o momento de recuperar o tecido social que por muito tempo sofreu não só com instabilidades militares, mas também com mudanças climáticas. Então, é urgente agora investirmos na conservação do meio ambiente e também tornarmo-nos resilientes naquilo que queremos", explica.

Mussengue falava à margem da recente conferência de divulgação de potencialidades de resiliência climática e atração de investimentos para conservação do meio ambiente.

Mosambik |  Gorongosa Verwalter | Pedro Mussengue
"Agora é o momento de recuperar o tecido social que por muito tempo sofreu", administrador da Gorongosa, Pedro MussengueFoto: Arcenio Sebastiao/DW

"Trabalhar para o bem da natureza"

O Parque Nacional da Gorongosa é uma entidade que zela pela preservação da natureza e que opera próximo à cordilheira onde se situavam as maiores bases da RENAMO.

Pedro Muagura, administrador do parque, considera que é altura de trabalhar rapidamente para o bem da natureza, começando neste caso pela educação. 

"Temos homens que cortavam árvores sem saber, temos homens que sabiam mas não tinham alternativas. Temos pessoas que cortam dez hectares de florestas para plantar milho. Quando as pessoas não têm a capacidade de acompanhar como está o mundo de agora, temos de pensar como o Parque Nacional da Gorongosa pode potenciar o desenvolvimento humano”, frisa.

O Parque Nacional desenvolve um projeto de produção de café nas redondezas da Serra da Gorongosa desde 2017 e espera duplicar a capacidade de produção graças ao retorno da população que é contratada para a produção de café.

"Felizmente as comunidades de Sadjungira estão a aparecer. Sobre a proteção dos rios, é por onde sai o rio Vunduzi. Consideramos que vamos continuar o reflorescimento, vamos triplicar o número de produção de plantas nativas, que é o nosso objeto. O café vem como ‘padrinho' para garantir que o reflorescimento corra bem", conclui Pedro Muagura.

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