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Comissão investiga polémica entre FMF e os Mambas

12 de fevereiro de 2023

Secretaria de Estado do Desporto criou uma comissão de inquérito para investigar as causas do imbróglio entre a Federação Moçambicana de Futebol e os jogadores da seleção nacional.

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Mosambik | Fussball Nationalmannschaft |
Foto: FMF

A Federação Moçambicana de Futebol, FMF, e os jogadores da seleção nacional, os Mambas, que participaram no último campeonato africano, CHAN Argélia 2022, continuam desavindos.

Em causa está a falta de entendimento entre a Federação e os jogadores sobre o valor da premiação pela qualificação da seleção nacional aos quartos de final da prova.

Na sequência, os jogadores ameaçaram não realizar o jogo dos quartos de final contra o Madagáscar e não abandonar os quartos do hotel em Argel, capital argelina.

A FMF acusa os jogadores de exigirem 60% dos 400 mil dólares atribuídos pela Confederação Africana de Futebol (CAF) pela qualificação dos Mambas aos quartos de final. Face a este braço de ferro, a FMF suspendeu os capitães da equipa e um elemento da equipa técnica.

Mas, os atletas suspensos rebatem as acusações da FMF e apontam a sonegação da informação por parte do organismo gestor do futebol moçambicano.

Comissão de Inquérito

O tema, que continua a gerar polémica, fez com que o Governo moçambicano, através da Secretaria de Estado do Desporto, criasse uma comissão de inquérito para investigar o caso.

Mosambik | Pedro Nhatitima - Strafverfolgung gegen Wilderer
Pedro Nhatitima - Presidente da ComissãoFoto: Bernardo Jequete/DW

A Comissão é composta por 13 elementos, entre desportistas, juristas, jornalistas e elementos da sociedade civil. O grupo é dirigido por Pedro Nhatitima – Juiz Conselheiro do Tribunal Supremo.

Em conferência de imprensa na última sexta-feira (10.2), Nhatitima prometeu independência na atuação comissão do inquérito. "A independencia resulta do facto de, a partir do momento que esta comissão começar a trabalhar, não receberemos ordens ou diretivas de quem a criou", garantiu Nhatitima.

Intromissão?

O Jornalista desportivo Egídio Plácido questiona a legitimidade da criação desta comissão.

"Existe uma diretiva da FIFA que proíbe os governos de se intrometerem na gestão das federações" alerta Plácido, "neste caso, se a comissão de inquérito criada pela Secretaria de Estado do Desporto produzir as suas recomendações, que impacto estas terão?", questiona.

FIFA Logo
FIFA proibe intromissão dos governos nas Federações Foto: Reuters/R. Sprich

Baseando-se nas diretrizes da FIFA, Egídio Plácido garante que "nem a própria Secretaria de Estado do Desporto pode tomar medida contra a Federação".

No entanto, Nhatitima diz que a missão da Comissão é "apurar os factos que ajudem no futuro as federações nacionais a lidar melhor com estas matérias”, esclarece.

Apaziguar os ânimos

A seleção nacional defronta no próximo mês de março o Senegal em partida referente a fase de grupos de qualificações para o CAN 2023. Pedro Nhantitima diz que a comissão de tudo fará para apaziguar a animosidade entre a FMF e os Mambas.

Uma das grandes particularidades nesta comissão é a inclusão da Associação Moçambicana de Imprensa Desportiva (AMID). Em entrevista à DW, Heliogabaldo Cuna, porta-voz da AMID, destaca a importância deste convite, por considerar que essa associação tem vindo a colaborar para o melhor do desporto nacional.

"Espero que a AMID possa contribuir para apurar o que aconteceu em Argel", diz Cuna.

Esta é a segunda comissão de inquérito criada para investigar o mesmo assunto. A primeira foi criada pela própria Federação Moçambicana de Futebol, no início deste mês, na qual também parte dessa elementos da entidade que tem sido alvo de críticas sobre a sua imparcialidade.

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