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Convivência difícil entre FRELIMO e oposição em Gaza

Carlos Matsinhe (Xai-Xai)
19 de maio de 2017

Em Gaza, sul de Moçambique, a oposição acusa a FRELIMO de usar o braço juvenil para desestabilizar os seus trabalhos. Problemas que uma nova equipa de observação eleitoral criada na província espera resolver.

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Campanha do Movimento Democrático de Moçambique em 2013Foto: DW/R. da Silva

Parece ser cada vez mais dificil a convivência política entre a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) e os partidos da oposição. O Movimento Democrático de Moçambique (MDM) diz que a última vez que foi impedido de exercer a sua actividade política foi há menos de uma semana, na cidade de Xai-Xai.

Alfeu Bila, do MDM, conta que membros do braço juvenil da FRELIMO desestabilizaram um encontro do partido da oposição com um dirigente nacional, com buzinas e ruídos de carros.

Mosambik Alfeu Bila - MDM
Alfeu Bila: "Ninguém pode levar porrada parado"Foto: DW/C. Matsinhe

O episódio culminou em agressões físicas de ambas as partes. "Entraram na sede do MDM, partiram as bandeiras, bateram nos nossos membros e houve problemas porque ninguém pode levar porrada parado", explica Bila.

O chefe provincial da mobilização e propaganda do MDM diz que as atitudes dos membros da Organização da Juventude Moçambicana (OJM) são "antidemocráticas" e espera que episódios como este não se voltem a repetir a caminho das eleições autárquicas, previstas para o próximo ano.

FRELIMO desmente

Mas Moisés Nhantsave, secretário de mobilização da FRELIMO em Gaza, nega que o partido esteja a boicotar o trabalho do MDM e dos outros partidos da oposição e contra-ataca.

Mosambik Moisés Nhantsave - FRELIMO
Moisés Nhantsave: "Acusar a FRELIMO é como quando alguém dança, mas não consegue dançar bem"Foto: DW/C. Matsinhe

"Acusar o partido FRELIMO é como quando alguém dança, mas não consegue dançar bem e diz que a causa é o instrumento que eu estava a usar, que não estava bem", contra-ataca Nhantsave. "Eles próprios podem não estar em condições de fazer uma democracia livre, educativa e dentro de respeito", contrapõe.

Não é primeira vez que o MDM e outros partidos da oposição se queixam do impedimento de reuniões, marchas e comícios. Os partidos dizem ainda que têm dificuldades em recrutar os representantes para as mesas de voto, por medo de represálias.

Equipa de observação eleitoral

Há uma semana foi criada em Gaza uma equipa de observação eleitoral para as próximas eleições autárquicas, agendadas para 2018.

Convivência difícil entre FRELIMO e oposição em Gaza

O coordenador da equipa, Fernando Nhatave, diz estar ciente dos desafios para a convivência pacífica entre os partidos políticos.

"A nossa província tem tido essas escaramuças quando chega o momento das campanhas", confirma Fernando Nhatave, da Associação Moçambicana para o Desenvolvimento e Democracia.

Razão pela qual os partidos serão convidados para formações e encontros para "recordar o que é a ética, o código de conduta que eles assinaram".

O mentor da iniciativa é Anastácio Matavel. O diretor do Fórum das Organizações Não-Governamentais de Gaza lembra que entre os atores envolvidos nos processos eleitorais, "há desconhecimento da lei, mas também dos procedimentos práticos".

Por isso, o Fórum vai tentar integrar a Polícia da República de Moçambique (PRM) e as instituições da Justiça neste processo de diálogo, para garantir que as eleições e o caminho para as eleições decorram sem problemas.

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