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Dissidentes do MDM criam novo partido em Nampula

Sitoi Lutxeque (Nampula)17 de agosto de 2016

O Movimento Alternativo de Moçambique (MAMO) surge na sequência do mau relacionamento entre os revoltosos e o Movimento Democrático de Moçambique. Daviz Simango, líder do MDM, não vê o novo partido como uma ameaça.

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Foto: DW/J. Beck

O mal-estar entre alguns membros do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) na província de Nampula surgiu durante as últimas eleições presidenciais e legislativas, em outubro de 2014. Segundo Estêvão de Fátima, um dos fundadores do MDM em Nampula, dirigentes de topo puseram amigos e familiares na "linha da frente" da lista de candidatos a deputados, ignorando os membros locais, e isso criou "ciúmes".

Passados dois anos, a situação ficou mais tensa com a alegada falta de transparência, acrescenta o agora secretário-geral da Comissão Instaladora do Movimento Alternativo de Moçambique (MAMO).

O dirigente afirma ainda que no partido fundado por Daviz Simango há "falta de transparência e tribalismo", entre outros problemas. "O primeiro secretário-geral do MDM, Ismael Mussa, dizia que neste partido há muito tribalismo", lembra, denunciando ainda que "em pleitos eleitorais, o MDM transporta todo o seu pessoal da Beira para todas as províncias para ocupar os lugares dos residentes".

Mosambik Daviz Simango
Daviz Simango, fundador do MDMFoto: DW/J. Beck

Além disso, Estêvão de Fátima afirma que parte dos novos membros do MAMO estavam frustrados com o edil de Nampula. Mahamudo Amurane, membro da Comissão Política Nacional do MDM, em menos de dois anos promoveu e despromoveu mais de dez vereadores e, por isso, alguns deles filiaram-se na nova formação, conta.

Segundo o número dois do Movimento Alternativo, a criação do novo partido passou por uma consulta pública em quase todas as províncias do país. "A população clamava por um partido ao poder e daí que o grupo fundador achou por bem criar um partido alternativo ao poder que estamos a assistir hoje", afirma.

"Bom para a democracia"

O presidente do MDM, Daviz Simango, não vê o novo partido como uma ameaça à sua formação política. "É muito bom e saudável para a nossa democracia", declarou o dirigente.

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Segundo o fundador do MDM, "é assim que se faz o exercício democrático. E é preciso compreender que, em democracia, ela existe só se existirem partidos políticos".

O novo Movimento Alternativo de Moçambique defende, por exemplo, mais habitação e emprego, um dos principais problemas que afectam os moçambicanos.

O MAMO é o segundo partido criado por dissidentes do MDM em Nampula. O primeiro, denominado AMUSI, foi criado no ano passado por Albino Muquicense, então delegado político do partido de Daviz Simango.

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