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Egito decreta estado de emergência após ataques

ao | mjp | Reuters
10 de abril de 2017

O Presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, declarou o estado de emergência durante três meses depois de ataques contra duas igrejas cristãs coptas que causaram 44 mortos e cerca de 120 feridos.

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Foto: AFP/Getty Images

Uma explosão atingiu a igreja de São Jorge, em Tanta, a 120 quilómetros a norte do Cairo, durante a celebração eucarística de Domingo de Ramos, que marca o início da Semana Santa para a comunidade cristã copta. 27 pessoas morreram e quase 80 ficaram feridas.

"Estávamos perto do altar da igreja, o meu filho cantava no coro, fomos completamente surpreendidos pela explosão. Fugimos todos", conta Samir, de 65 anos, uma das duas mil pessoas que assistiam à cerimónia. O filho de Samir foi levado para o hospital e teve de ser operado.

Testemunhas ouvidas pelas agências de notícias falam em falhas na segurança.

Enquanto as autoridades tentavam resgatar as vítimas em Tanta, um outro atentado atingia uma catedral da cidade portuária de Alexandria, onde o Papa Tawadros II, líder da igreja copta, celebrava o Domingo de Ramos. Um bombista suicida fez-se explodir na Igreja de São Marcos, uma das mais antigas da cidade e um local simbólico para os cristãos egípcios. O ataque fez 17 mortos e quase 50 feridos.

Egito decreta estado de emergência após ataques

Estado de emergência

Depois dos dois ataques, o Presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, declarou o estado de emergência durante três meses "para proteger o país". E anunciou outras medidas: "As forças de segurança aumentaram os esforços para encontrar os responsáveis e os criminosos, para que possam ser punidos. Decidimos criar um alto comité de combate ao terrorismo e ao extremismo no Egito que terá o poder legal necessário para controlar a situação", anunciou al-Sisi num discurso televisivo dirigido à nação.

Cristãos e muçulmanos em todo o país condenaram de imediato os ataques, reivindicados pelo grupo radical Estado Islâmico.

"Estes ataques visam todos os egípcios, atingem-nos a todos, a segurança do país", afirmou o ministro dos Assuntos Religiosos, Mohamed Mokhtar Gomaa. "De acordo com a lei islâmica (Sharia), um ataque a uma igreja é o equivalente a um ataque a uma mesquita. Quem ataca uma igreja não tem religião nem moralidade, abandonou a sua humanidade", sublinhou o governante.

Líderes mundiais, incluindo o Presidente norte-americano Donald Trump, o chefe de Estado francês, François Hollande, o Presidente russo, Vladimir Putin e o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, condenaram o ataque, classificado pelo Conselho de Segurança da ONU como "cobarde". O Papa Francisco, que é esperado no final de abril no Egito, também expressou a sua solidariedade.

Estes são os mais recentes atentados contra os cristãos coptas, uma minoria religiosa no Egito cada vez mais visada pelos extremistas islâmicos e que o Presidente Fattah al-Sisi prometeu defender como parte da sua campanha contra o extremismo.

Há vários anos que os coptas se queixam de discriminação, acusando o Governo de não fazer o suficiente para os proteger.

Em dezembro, 28 pessoas morreram noutro ataque reivindicado pelo Estado Islâmico contra a igreja de São Pedro, no Cairo. Recentemente, os radicais islâmicos ameaçaram aumentar os ataques contra os cristãos coptas no Egito, depois de passarem os últimos anos concentrados em atacar as forças de segurança na península do Sinai.

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