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Ellen Johnson Sirleaf vence Prémio Mo Ibrahim

Lusa | ms
12 de fevereiro de 2018

Ex-Presidente da Libéria Ellen Johnson Sirleaf é a quinta vencedora do prémio Mo Ibrahim para a Excelência na Liderança Africana, que esteve vários anos sem ser atribuído.

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Foto: Getty Images

A antiga Presidente da Libéria, cargo que exerceu durante dois mandatos, entre 2006 a 2017, foi distinguida pela liderança excepcional e transformadora na recuperação da Libéria após muitos anos de guerra civil.

"Ellen Johnson Sirleaf tomou o comando da Libéria após o país ter sido completamente destruído pela guerra civil e conduziu um processo de reconciliação concentrado na construção da unidade nacional e de fortes instituições democráticas. Ao longo de seus dois mandatos, ela trabalhou incansavelmente em nome do povo da Libéria", afirmou o presidente do Comité do Prémio, Salim Ahmed Salim.

Mesmo se foram cometidas algumas falhas nestes 12 anos, refere, o comité considera que a antiga chefe de Estado "lançou as bases sobre as quais a Libéria pode agora construir um futuro melhor".

Mo-Ibrahim-Index für Regierungsführung in Afrika, 29.09.2014 in London
Empresário sudanês Mo Ibrahim criou o prémio em 2006Foto: Barefoot Live

Desde 2006, a Libéria é o único país a melhorar em todas as categorias e subcategorias do Índice Ibrahim de Governança Africana, tendo subido dez lugares na classificação geral do Índice, para 28.º lugar em 58 países.

O objetivo do Prémio Ibrahim é distinguir líderes que, durante o seu mandato, ajudaram a desenvolver os seus países, fortalecendo a democracia e os direitos humanos e estimulando o desenvolvimento sustentável.

Prémio só foi atribuído cinco vezes

Todos os anos, são candidatos ao prémio ex-chefes de Estado ou de governo africanos que cessaram funções nos três últimos anos civis (neste caso, entre 2014 e 2016) após terem sido democraticamente eleitos e cumprido o seu mandato de acordo com a Constituição do país.

Pedro Pires, o negociador da independência

O prémio foi lançado em 2006, mas até agora só foi atribuído cinco vezes, duas das quais a antigos chefes de Estado lusófonos: Joaquim Chissano, de Moçambique, em 2007, e Pedro Pires, de Cabo Verde, em 2011.

Festus Mogae, do Botswana (2008), e Hifikepunye Pohamba, da Namíbia (2014), foram os dois outros laureados, enquanto Nelson Mandela foi distinguido como vencedor honorário inaugural, em 2007.

Do júri fazem parte Graça Machel, presidente da Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade (FDC), Aïcha Diallo, ex-ministra da Educação da Guiné, Martti Ahttisaari, ex-presidente da Finlândia, Mohamed ElBaradei, antigo diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atómica, a ex-presidente da Irlanda Mary Robinson, Festus Mogae e Horst Köhler, ex-presidente da Alemanha.

Criado pela Fundação Mo Ibrahim, financiada pelo empresário sudanês com o mesmo nome, o prémio pretende oferecer segurança monetária a dirigentes africanos que abandonem o poder. 

O valor do prémio, no valor total de cinco milhões de dólares norte-americanos (quatro milhões de euros no câmbio atual), é distribuído durante dez anos, período após o qual os vencedores passam a receber 200 mil dólares (163 mil euros) por ano.