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Kenyatta ameaça deixar o TPI, se não houver reformas

Daniel Pelz / Maria João Pinto8 de abril de 2016

Durante visita à Alemanha, em entrevista exclusiva à DW África, Presidente queniano diz que vai continuar sua campanha contra o TPI, promete combate à corrupção e apela à cooperação alemã na luta contra o terrorismo.

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Presidente do Quénia,Uhuru Kenyatta, em BerlimFoto: picture-alliance/NurPhoto/E. Contini

"O Tribunal Penal Internacional não está a cumprir o seu mandato", disparou o Presidente do Quénia, Uhuru Kenyatta, em Berlim, durante uma entrevista exclusiva concedida à DW África esta quinta-feira (07.04).

De acordo com Kenyatta, que esteve em visita à capital alemã esta semana, o tema não esteve em debate nos encontros com a chanceler alemã Angela Merkel, em Berlim. Mas o Presidente do Quénia garante que a reforma do Tribunal Penal Internacional (TPI) vai continuar a marcar a agenda do seu Governo.

"Estamos a insistir e a articular fortemente o nosso caso junto aos Estados-membros e ao Conselho de Segurança das Nações Unidas. Deixamos muito clara a nossa posição sobre a necessidade de reformar o TPI e vamos continuar a fazê-lo," declarou o chefe de Estado queniano.

O Quénia tem sido uma peça central na campanha internacional contra o TPI, acusado por Uhuru Kenyatta e outros representantes africanos de focar a sua atenção de forma injusta nos líderes do continente africano.

A visita de Kenyatta à Alemanha teve lugar na mesma semana em que o Tribunal Penal Internacional retirou as acusações de crimes contra a humanidade ao vice-Presidente queniano, William Ruto - no caso da violência pós-eleitoral de 2008, que causou milhares de mortos no país.

Symbolbild Internationaler Strafgerichtshof Den Haag
A sede do Tribunal Penal Internacional, em Haia, na HolandaFoto: Getty Images

No âmbito do mesmo processo, o TPI já tinha abandonado as queixas contra o Presidente Uhuru Kenyatta, em 2014. Por várias vezes, o chefe de Estado queniano classificou o julgamento como uma prova do objetivo do TPI de garantir o domínio ocidental em África.

E a campanha contra a instituição chega mesmo a passar pela ameaça de abandonar o Tribunal Penal Internacional. À DW África, Kenyatta voltou a confirmar esta hipótese.

"Queremos reformar o TPI, mas também estamos preparados para dizer que saímos, se não obtivermos as reformas que exigimos. O Tribunal Penal Internacional não está a cumprir o mandato definido na concepção dos seus estatutos," criticou o Presidente do Quénia.

Negócios e combate ao terrorismo

Deutschland Angela Merkel & Uhuru Kenyatta in Berlin
Chefe de Estado queniano foi recebido com honras militares pela chanceler alemã, Angela Merkel, esta quarta-feira (06.04)Foto: Reuters/H. Hanschke

No segundo dia da visita à Alemanha, esta quinta-feira (07.04), Uhuru Kenyatta encontrou-se com vários empresários em Berlim. O Quénia, diz o Presidente, quer mais empresas alemãs a investir no país africano.

Os investidores alemães, no entanto, estão preocupados com os níveis de corrupção naquele país africano. Uma questão que está a ser combatida, considera Kenyatta.

"Vários ministros e funcionários do Estado foram detidos. Estamos a reforçar as leis, vamos criminalizar os subornos e dar mais poder às instituições que combatem a corrupção. Acredito que estamos a fazer bons progressos nesta luta," defendeu o líder queniano.

Em Berlim, Kenyatta aproveitou para apelar à luta conjunta dos países africanos contra a ameaça radical islâmica. A ação da Al-Shabab na Somália foi um dos temas centrais dos encontros do chefe de Estado queniano com as autoridades alemãs.

E o que podem fazer a Europa e a Alemanha, em particular, para ajudar no combate aos extremistas islâmicos?

"O terrorismo não é uma batalha nacional, é uma batalha global. Precisamos de mais cooperação. Gostávamos de trabalhar com a Alemanha no reforço das nossas Forças de Segurança e no aumento da cooperação dos nossos serviços de inteligência," revelou o Presidente do Quénia.

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