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FRELIMO contra mediadores nas negociações em Moçambique

Nádia Issufo11 de outubro de 2013

A RENAMO vai participar em mais uma ronda de negociações com o partido do Governo, na segunda-feira (14.10). Porém, esta força da oposição defende a presença de mediadores, algo que a FRELIMO descarta.

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Foto: Leonel Matias

O chefe da delegação do maior partido da oposição, a Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), Saimon Macuiane, disse na terça-feira (08.10) que o partido não voltaria à mesa de negociações se o Governo não aceitasse a participação de facilitadores nacionais e estrangeiros para ajudar a "desempatar" as posições.

Porém, a RENAMO mudou de opinião. Segundo o porta-voz do partido, Fernando Mazanga, a RENAMO vai voltar a reunir-se com a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO).

Mosambik Renamo Rebellen in den Bergen von Gorongosa
A tensão entre o Governo e as tropas da RENAMO já provocou mortos e feridos entre civis e militaresFoto: Jinty Jackson/AFP/Getty Images

"A RENAMO estará na segunda-feira na mesa de negociações e defende é que é preciso evoluir no nível e no formato das negociações”, diz Fernando Mazanga.

“Seria de bom tom que olhássemos para a pertinência da presença de observadores”, acrescentou, referindo-se à importância de uma força externa para criar equilíbrio entre as duas forças políticas.

RENAMO aberta a sugestões

Relativamente às características dos facilitadores, o porta-voz do maior partido da oposição mostra-se flexível.

"Nós estamos abertos. O Governo pode dar a sua sugestão. Nós já tínhamos avançado a nível interno com personalidades como o Dom Dínis Sengulan ou Lourenço do Rosário, por exemplo... O que nós queremos é que esta negociação seja aceite", salientou.

Segundo apurou a DW África, os contactos com as figuras sugeridas pela RENAMO ainda não terão sido feitos.

FRELIMO contra mediadores nas negociações em Moçambique

O bispo anglicano Dom Dínis Sengulane, que participou na medição de paz que pôs fim à guerra de 16 anos entre o Governo da FRELIMO e a RENAMO, garante que ainda não foi contactado.

“Se houver um pedido, reagiremos conforme quem estiver a fazer o pedido e a natureza do mesmo”, afirmou.

Impasse continua depois de 22 tentativas de negociação

Dom Dínis Sengulane e o académico Lourenço do Rosário já estiveram em Satunjira, província central de Sofala, onde atualmente reside o presidente da RENAMO, Afonso Dhlakama. A visita foi feita com o objetivo de introduzir um diálogo com vista ao fim da tensão que já provocou vários mortos e feridos entre civis e militares.

Wahlen in Mosambik Plakat
Eleições autárquicas estão previstas para dia 20 de novembro, em MoçambiqueFoto: AP

Até agora, já aconteceram 22 rondas negociais que não culminaram em nenhum resultado. Calton Cadeado, analista do Centro de Estudo Estratégicos Internacionais, com sede em Maputo, explica que a entrada de mediadores pode ter dois efeitos diferentes na imagem do Governo.

“Do ponto de vista teórico, há razões para a entrada de facilitadores, mas do ponto de vista prático e político, diria que não há. A aceitar uma mediação, neste momento, seria um atestado de incompetência que o Governo daria a si próprio. Por outro lado, podia também ter um valor político positivo, ao dar um sinal de que este é um Governo que tem interesse em dialogar”, comenta o especialista.

As eleições autárquicas estão previstas para dia 20 de novembro e a RENAMO já fez saber que não irá participar nas mesmas enquanto não for adotada uma nova legislação eleitoral.

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