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Gâmbia: maioria no Parlamento para o partido de Adama Barrow

AFP | Reuters | AP | mjp
8 de abril de 2017

O Partido Democrático Unido conseguiu 31 dos 53 assentos da Assembleia Nacional. Aliança para a Reorientação Patriótica e Construção, partido de Yahya Jammeh, fica reduzida a cinco deputados.

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Gambia Präsident Adama Barrow | Amtsübernahme & Einweihungszeremonie in Bakau
Foto: Reuters/T. Gouegnon

O presidente da Comissão Eleitoral da Gâmbia anunciou esta sexta-feira (7.04) que o partido do novo Presidente, Adama Barrow, ganhou as primeiras eleições legislativas desde a saída do Presidente Yahya Jammeh e conquistou a maioria absoluta. O Partido Democrático Unido (UDP) conquistou 31 dos 53 lugares da Assembleia Nacional.

O UDP foi um dos sete partidos da coligação que se uniu para apoiar Adama Barrow na corrida à Presidência nas eleições de dezembro. No entanto, a maioria não apresentou uma frente unida nas legislativas. Agora, a vitória do UDP – partido em que Barrow foi tesoureiro até se demitir para ser o candidato da coligação – deverá facilitar a implementação de uma série de reformas prometidas pelo novo Presidente.

Lamin Dibba, membro senior do UDP, considera que os resultados colocam o partido numa posição forte para implementar grandes mudanças na Gâmbia. "Aumenta a nossa confiança e penso que num futuro próximo será muito fácil formarmos um Governo”, afirmou Dibba. "A nossa prioridade será olhar para a Constituição e garantir que a Assembleia Nacional dá à nação o poder de criar leis”, em vez de ser o Presidente a fazê-lo, acrescenta Dibba.

Gambia Wahlsieg der UDP
Apoiantes do UDP em Bakau celebram vitóriaFoto: picture-alliance/AA/Y. Sama

Partido de Jammeh perde 48 deputados

A antiga força dominante ao longo de duas décadas, a Aliança para a Reorientação Patriótica e Construção (APRC) do regime de Yahya Jammeh, ficou reduzida a cinco deputados.

Os analistas afirmam que os resultados revelam a raiva profunda dos críticos de Jammeh perante as ações do seu Governo, que liderou a Gâmbia durante 22 anos.

Yahya Jammeh partiu em janeiro para o exílio na Guiné Equatorial, após uma intervenção militar da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental para forçá-lo a ceder o poder.

Derrotado nas presidenciais de dezembro por Adama Barrow, após mais de 22 anos de poder incontestado, Jammeh recusou ceder o poder durante várias semanas.

O Congresso Democrático da Gâmbia, liderado por um movimento juvenil, conseguiu apenas 5 assentos parlamentares. 11 lugares são agora ocupados por pequenos partidos que se uniram à coligação de Adama Barrow nas presidenciais e um candidato independente conquistou um assento.

Liberdade e transparência

A ONU saudou a forma como decorreu o processo eleitoral, afirmando que o escrutínio "confirma que o país está a caminhar em direção à paz, à democracia e à estabilidade”.

Alieu Momarr Njai, presidente da comissão eleitoral, considerou as eleições livres e justas e disse estar aberto caminho para Barrow avançar com transições prometidas em direção a maiores liberdades.

Gambia Wahl | Wahlbeobachter der EU
Observadores da União EuropeiaFoto: DW/V. Haiges

Mais de 880 mil eleitores foram chamados a votar nas legislativas, mas a participação rondou apenas os 42 por cento. A comissão eleitoral sublinha a necessidade de apostar na educação cívica para levar a população às urnas.

Observadores da União Africana, da CEDEAO e da União Europeia estiveram no terreno a monitorizar as eleições. Tropas da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental continuam no terreno para garantir a segurança do país, após a saída de Yahya Jammeh. Os soldados deverão permanecer na Gâmbia até que o Presidente Adama Barrow esteja satisfeito com as reformas nos serviços de segurança.

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