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Golpe de Estado no Burkina Faso

gcs/afp/dpa/Lusa17 de setembro de 2015

Os membros da guarda presidencial do Burkina Faso anunciaram esta quinta-feira (17.09) a dissolução das instituições de transição. Prometeram ainda organizar "eleições inclusivas".

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Foto: picture-alliance/dpa/L. Koula

"O Governo de transição e o Conselho Nacional de transição foram dissolvidos. […] O Governo de transição foi demitido das suas funções."

Esta mensagem foi divulgada quinta-feira de manhã pelo tenente-coronel Mamadou Bamba. O militar disse ainda na televisão estatal que estavam ter lugar "conversações abrangentes" para formar um novo executivo que conduza o país a "eleições inclusivas e pacíficas."

Um dia antes, o Presidente interino, Michel Kafando, e o primeiro-ministro, Isaac Zida, foram detidos pela guarda presidencial do Burkina Faso, leal ao ex-Presidente Blaise Compaoré, deposto em outubro do ano passado, depois de estar 27 anos no poder. Os militares bloquearam as estradas que dão acesso ao palácio presidencial.

Tiros

Burkina Faso Protest gegen die Präsidentengarde in Ouagadougou
Protesto contra as detenções do Presidente interino e primeiro-ministroFoto: Reuters/J. Penney

Na quarta-feira, centenas de pessoas foram para as imediações do palácio presidencial, em Ouagadougou, protestar contra as detenções.

As forças de segurança tentaram dispersar os manifestantes, disparando tiros de aviso. Esta quinta-feira, também foram ouvidos tiros na capital.

Condenação internacional

A chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Federica Mogherini frisou esta quinta-feira que "qualquer tentativa de afastar as autoridades da transição com recurso à força ou qualquer ação contra a paz e segurança do país foram condenadas pelo conjunto da comunidade internacional."

A UE, as Nações Unidas, a União Africana e a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) exigem a libertação imediata do Presidente e primeiro-ministro.

O golpe ocorre duas semanas antes das eleições presidenciais e legislativas no país, marcadas para 11 de outubro.

O Presidente deposto, Blaise Compaoré, encontra-se neste momento no exílio, na Costa do Marfim.