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Governo nigeriano é pressionado para negociar com Boko Haram

Abuja Ubale Musa / TM15 de agosto de 2016

Após divulgação de vídeo, pais das meninas sequestradas e sociedade civil apelam ao Governo e à comunidade internacional para o resgate das jovens.

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Esther Yakubu, mãe da menina que aparece no vídeo divulgado, é consolada por uma das coordenadoras da campanha #BringBackOurGirlsFoto: Getty Images/AFP/Stringer

O novo vídeo divulgado pelo grupo terrotista Boko Haram este domingo (14.08) provocou uma série de reações na Nigéria. Os pais das meninas e a sociedade civil pressionam o governo para avançar nas negociações com os terrotistas. O Governo, por sua vez, diz que está pronto para discutir a libertação das meninas, mas não aceita as condições impostas pelo Boko Haram.

A divulgação do vídeo causou comoção entre os pais das meninas. Yakubu Kabu reconheceu a sua filha nas imagens que assisitu. "Quando eu ouvi a sua voz, soube que era a minha filha. O nome dela é Dorcas Yakubu. Do momento que eu vi o vídeo, fiquei muito feliz porque no primeiro vídeo que divulgaram eu não a tinha visto. Mas hoje estou muito feliz porque a vi", diz Yakubu.

Apelo ao governo da Nigéria

O pai de Dorcas Yakubu tem esperanças de recuperar a filha, que desde 2014 foi sequestrada pelo Boko Haram. "Elas vão ser encontradas, porque estamos rezando para Deus". Yakubu faz um apelo ao Governo nigeriano : "Qualquer coisa que o Boko Haram queira, nós queremos que o Governo ofereça rapidamente, pois algumas das meninas sequestradas estão muito doentes".

A mãe de Dorcas também assistiu ao vídeo e criticou o Governo. De acordo com Esther Yakubu, nenhuma medida foi tomada pelas autoridades para o resgate das meninas.

Screenshot mutmaßliches Boko Haram Video
Imagem do vídeo divulgado este domingo (14.08)Foto: youtube/Fgghhfc Ffhjjj

"O nosso Governo não fez nada até agora. Nada, de fato, eficaz foi sequer sugerido, pois eles não fizeram nada mesmo até agora. Se as autoridades estivessem a fazer alguma coisa a respeito do sequestro dessas meninas, eles teriam conseguido resgatar ao menos uma delas. O resgate que já ocorreu de algumas meninas não têm nada a ver com o governo. Niguém do governo ou do exército as resgatou", reivindica Esther.

Além dos pais das meninas, a sociedade civil também se manifestou. Aisha Yesifu, uma das líderes da campanha #BringBackOurGirls (Tragam de Volta as Nossas Meninas), exige uma ação imediata das autoridades da Nigéria.

"Já são 853 dias desde o sequestro de nossas meninas de Chibok, e somos surpreendidos por um vídeo que relata o estado das nossas meninas. Ficamos com uma mistura de sentimentos de tristeza e esperança. Por isso, exigimos uma ação imediatamente transparente e um plano de resposta orientado pelo Governo", afirma a ativista.

Negociações e resgate

O porta-voz da presidência nigeriana, Garba Shehu, afirma que o Governo está preparado para as negociações com o Boko Haram, mas que até agora não aceita as condições impostas pelo grupo.

"O Governo está ciente da condição dessas meninas e queremos trazê-las para casa em segurança. Sem as condições impostas pelo grupo, o governo está pronto para se envolver com eles. Primeiramente, eles deveriam ser mais claros e objetivos. Quem são eles? Aonde eles estão? Como podemos encontrá-los? Assim, eu posso garantir que o Governo está pronto para negociar com eles", esclarece Shehu.

Aisha Yesifu faz um apelo para a comunidade internacional, pedindo a intervenção de todos no resgate das meninas de Chibok. Segundo a líder da campanha #BringBackOurGirls, as meninas sequestradas são "cidadãs globais" e merecem o empenho de todos os países para o resgate.

"Hoje, 28 meses desde o sequestro, chamamos os Governos dos Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, França, China, Austrália, Israel, agências como a Organização das Nações Unidas e da União Africana, e todos os que já expressaram a intenção de nos apoiar, para retomar e adotar uma posição estratégica para o resgate das meninas", apela Yesifu.

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