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Guiné-Bissau suspensa à espera do novo executivo

Braima Darame (Bissau)2 de setembro de 2015

A Guiné-Bissau continua bloqueada na expetativa quanto à viabilização ou não de um eventual novo governo liderado pelo primeiro-ministro Baciro Dja, nomeado a 20 de agosto pelo Presidente da República, José Mário Vaz.

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Straße in Bissau
Foto: DW/F. Tchuma

Enquanto a Guiné-Bissau permanece na expetativa concernente ao seu futuro imediato, praticamente três semanas depois de ter sido demitido o governo de Domingos Simões Pereira, a administração pública do país funciona a meio gás.

Por exemplo, os funcionários que não apoiaram a demissão do governo eleito práticamente ficam em casa e os que aplaudiram a decisão do Presidente José Mário Vaz comparecem nos ministérios para cumprirem no máximo duas horas laborais, segundo apurou a DW África numa ronda efetuada por alguns ministérios.

Constata-se por outro lado, que os serviços de saúde funcionam normalmente e o mesmo acontece com a atividade comercial.

Embora com alguma deficiência, a exportação da castanha de caju através do porto de Bissau vem sendo feita. Fala-se, sem contudo quantificar, numa quebra gritante nas receitas do Estado nas últimas semanas.

Mas as carências são muitas e diversificadas. Por exemplo, para o jogo da seleção nacional de futebol que defronta, em Bissau, a congénere do Congo Brazzaville no próximo sábado (05.09), o presidente da Federação de futebol teve que pagar dos seus bolsos as despesas do jogo, porque não existe ainda um titular para a pasta dos Desportos. Do novo governo ainda só se conhece o primeiro-ministro Baciro Dja.Mas o que realmente mais se ouve nas ruas da capital guineense é que em Bissau não se trabalha porque todos aguardam a formação ou não de um novo governo.

"Temos muito trabalho à nossa espera"

Guinea-Bissau Ministerpräsident Baciro Dja
Baciro Dja, primeiro-ministro da Guiné-BissauFoto: picture-alliance/dpa/L. Fonseca

Face a este quadro, o Chefe de Estado, José Mário Vaz, voltou a pedir trabalho árduo à população do país. “Temos muito e muito trabalho à nossa espera aqui na Guiné-Bissau e pelo facto peço mais uma vez aos guineenses para trabalharem àrduamente porque só assim poderemos tirar o país da situação difícil em que se encontra”.

Já la vão 14 dias desde o empossamento de Baciro Dja como novo primeiro-ministro, mas este não conseguiu até hoje formar o seu elenco governativo porque segundo várias fontes, o chefe do executivo nomeado continua à espera da decisão do Partido da Renovação Social (PRS) que é a segunda maior força politica no parlamento. Este partido também não conseguiu até agora um consenso sobre a sua entrada ou não no governo de Baciro Dja.

Florentino Mendes Pereira, secretário-geral do PRS, disse ser normal a existência de pontos de vista diferentes no seio dos renovadores para em certa medida justificar esse impasse no seio da sua formação política.

“A tomada de uma posição do PRS em relação ao que está hoje em jogo é fundamental para o futuro do partido. Portanto, é natural que haja posicionamentos diferentes. Mas isto não quer dizer que existe uma profunda divisão no seio do PRS”, sublinhou Mendes Pereira.

CPLP vai enviar missão a Bissau
Entretanto, numa altura que a Guiné-Bissau vive horas de incerteza quanto ao caminho que irá trilhar num futuro próximo, continuam a ecoar vozes apelando para o regresso do país à normalidade.

A CPLP acaba de anunciar em Bissau, através do seu representante residente, António Lopes, que vai ser enviada para a capital guineense uma missão da comunidade lusófona para apoiar as autoridades na procura de uma solução à crise política.

“O Conselho de ministros recomendou uma missão conjunta do Secretário executivo da CPLP e do ministro da Presidência do Conselho de ministros, mas ainda não foi fixada uma data para a realização desta missão”.

Murade Murargy
Murade Murargy , Secretário executivo da CPLPFoto: DW

Também na terça-feira (01.09), a União Económica e Monetária da África Ocidental (UEMOA) anunciou apoios ao novo primeiro-ministro, Baciro Dja, com quem a organização regional pretende continuar a executar os programas já financiados.

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