1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Guiné-Bissau vai suspender emissões da RTP e RDP África

Braima Darame (Bissau)
23 de junho de 2017

O Governo guineense anunciou a suspensão das emissões da rádio e televisão públicas RTP e RDP África no fim do mês. Autoridades queixam-se do não cumprimento de um acordo assinado há vários anos e propõem uma revisão.

https://p.dw.com/p/2fE5y
Foto: Fotolia

O Executivo decidiu suspender a partir de 30 de junho as emissões da RTP e RDP África na Guiné-Bissau, alegando falta de cumprimento do protocolo assinado a 31 de outubro de 1997 relativo à instalação de uma delegação da Rádio e Televisão Pública de Portugal (RTP) no país.

As relações de cooperação entre os dois Estados na área da Comunicação Social datam de 1975 e são baseadas num acordo geral de cooperação para o setor, que contempla essencialmente os domínios da assistência técnica, formação de quadros, produção e intercâmbio de informação e programas. Agora, o Governo liderado por Umaro Sissoco propõe uma revisão integral do protocolo de acordo.

Numa carta enviada ao Governo português, o Executivo de Bissau afirma que todas as diligências feitas não tiveram os resultados esperados, com a agravante da recente substituição do delegado da RTP/Lusa no país, sem conhecimento prévio do ministro da Comunicação Social, como é normal.

Guiné-Bissau vai suspender emissões da RTP e RDP África

O ministro da Comunicação Social da Guiné-Bissau, Víctor Pereira, prometeu esclarecimentos sobre o caso para esta sexta-feira (23.06).

Contactada pela DW África, a delegação da RTP em Bissau diz "não ter competências" para comentar um assunto que está a ser tratado pelos dois governos.

A decisão de fechar as portas da RTP e da RDP foi tomada na reunião do Conselho de Ministros na semana passada, embora o comunicado final não fizesse referência à suspensão das emissões.

PAIGC reunido em Bissau

Esta quinta-feira (22.06) arrancou, em Bissau, a primeira convenção nacionaldo Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), sob forte medidas de segurança, depois de a polícia ter dispersado um grupo que tentou perturbar o encontro.

Demonstration in Bissau
Sede do PAIGC em Bissau (foto de arquivo)Foto: DW/F. Tchuma

Junto à sede do PAIGC, situada na Praça dos Heróis Nacionais e ao lado da Presidência guineense, um forte dispositivo de segurança condicionava a circulação de veículos naquela rotunda, no centro da capital guineense.

Até sábado (24.06), 600 delegados do partido debatem temas que incluem os princípios e fundamentos ideológicos do PAIGC, os estatutos do partido, o papel dos jovens e das mulheres, a corrupção no país e o melhor regime político para a Guiné-Bissau.

"O objetivo essencial é vermos as zonas cinzentas que existem no estatuto e ver como podemos melhorar a questão do estatuto", explica o porta-voz do partido, João Bernardo Vieira, que sublinha a "importância da disciplina partidária".

A primeira convenção nacional do PAIGC ocorre num momento em que o país vive um impasse político há cerca de dois anos, com a paralisação do Parlamento, na sequência da dissidência de mais de uma dezena de deputados deste partido.