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Autoridades preocupadas com aumento dos casos de malária

22 de dezembro de 2017

Muitos moçambicanos não usam corretamente as redes mosquiteiras na prevenção contra a malária. A falta de informação e o mau uso têm sido frequentes. Alguns preferem proteger as machambas a cuidar da própria saúde.

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Mosambik Frau mit Moskitonetz
Mulher mostra rede mosquiteira que recebeu do Governo moçambicanoFoto: DW/Luciano da Conceição

As redes mosquiteiras destinam-se a impedir que o mosquito transmissor da malária pique as pessoas e vêm sendo distribuídas gratuitamente, há anos, pelo Governo de Moçambique.

Mas muitos não gostam de usá-las e é comum o mau uso. Por exemplo, ao visitarmos Sónia Armando, cidadã residente no distrito de Massinga, na província de Inhambane, encontramos uma rede nas paredes de uma capoeira. Sónia conta porque não usa a rede em casa, como deveria. "Está estragada e, quando você estica, entram mosquitos", afirma.

Moskitonetz
Uso correto da rede mosquiteiraFoto: Edlena Barros

A falta de informação sobre o uso correto do material de prevenção à malária tem sido uma situação dominante nas comunidades. Daí que muitas pessoas não saibam como utilizá-lo.

Miquelina Ossumane, residente no distrito de Morrumbene, diz que não sabe como esticar a rede mosquiteira que recebeu recentemente das autoridades. "Não sei amarrar a rede. Hei-de chamar o vizinho para ajudar-me", diz.

Saúde deixada de lado

Momed Rafique, é outro residente de Inhambane e na sua casa a rede mosquiteira é usada na vedação de uma pequena machamba (terreno agrícola para produção familiar).

"As galinhas entram ali na machamba e tiravam aquilo que ela [a minha filha] semeia. Então, ela fez de modo a vedar [com a rede mosquiteira] para as galinhas não entrem na machamba. Muita gente também faz isso", justifica.

A situação da malária tem preocupado as autoridades da Saúde.

20.12.18 Inhambane / redes mosquiteiras - MP3-Stereo

Sem avançar números, Naftal Matusse, diretor provincial da Saúde em Inhambane, diz que há um aumento dos casos da doença, mesmo com a distribuição gratuita das redes mosquiteiras.

"Nós estamos preocupados com o uso das redes mosquiteiras. O número de casos de malária tem vindo a aumentar e estão a duplicar os casos. É verdade que o número de óbitos está a reduzir, mas estamos preocupados com o número decasos. Fizemos a distribuição universal de redes mosquiteiras", garante o responsável.

O diretor provincial da Saúde deixa um apelo à população, para que ajude as autoridades a reduzir os níveis da malária no país.

Moçambique: Mau uso das redes mosquiteiras

"Apelamos à população para que, todas as noites, durma debaixo das redes mosquiteiras e também a combinar outras medidas de prevenção contra a malária - que são: O saneamento do meio e o uso de repelentes. As comunidades conhecem as plantas em repelem mosquitos e todo o esforço deve estar virado na redução dos casos de malária, que é um grande problema aqui na província de Inhambane", declarou.