1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Japão concede quase 500 milhões de euros a Moçambique

Leonel Matias (Maputo) / LUSA13 de janeiro de 2014

O anúncio foi feito no âmbito da visita do primeiro-ministro japonês. O montante será empregue principalmente no desenvolvimento do corredor de Nacala, no ProSavana e na exploração de recursos naturais.

https://p.dw.com/p/1ApiR
Primeiro-ministro japonês, Shinko Abe, e Presidente moçambicano, Armando Guebuza, cumprimentam-se em MaputoFoto: DW/L. Matias

Shinzo Abe, o chefe do Executivo do Japão, no âmbito da vista que eftua a Moçambique (entre 11 e 13 de janeiro), anunciou um vasto pacote de assistência ao desenvolvimento do país de 492 milhões de euros.

O valor será destinado ao corredor de Nacala, vai apoiar o mega-projeto agrário ProSavana, destinado à produção de arroz, no norte do país, e ainda a exploração de recursos naturais, particularmente do gás natural e do carvão.

Moçambique e Japão rubricaram, no domingo (12.01), vários acordos de cooperação com destaque para os projetos de construção de uma central termoelétrica, de investigação agrária e nas áreas de saúde e educação.
“Moçambique vai beneficiar ainda de assistência na capacitação de recursos humanos para a exploração do gás natural, carvão e outros recursos. No total deverão ser formadas 300 pessoas”, adiantou Shinzo Abe, primeiro-ministro japonês, no fórum de investimentos Moçambique – Japão, em Maputo, no domingo (12.01).

Os dois governantes assinaram um memorando de entendimento para um intercâmbio entre o Instituto de Investigação Agrária de Moçambique e o Centro de Investigação Internacional para Ciências Agrárias do Japão.

No âmbito da educação superior, foi ainda firmado um acordo para a investigação académica entre a Universidade Eduardo Mondlane, a mais antiga universidade em Moçambique, e a Universidade de Akita no Japão.

A UniLúrio, universidade pública baseada em Nampula, vai também cooperar no intercâmbio académico com a Universidade de Ehime.

Parceria de amizade

Para o Presidente moçambicano, Armando Guebuza, o Japão, a terceira economia do mundo, é um parceiro privilegiado na promoção do desenvolvimento do país.
“O facto de ser o primeiro acordo que o Japão assina com um país da África Subsaariana vem sublinhar, uma vez mais, que Moçambique e Japão são países amigos, comprometidos em consolidar cada vez mais os laços que os unem”, afirmou Armando Guebuza.

O chefe de Estado sublinhou também que o acordo de liberalização, promoção e proteção de investimentos, assinado entre os dois países, vai impulsionar as trocas comerciais e o volume de negócios.

Guebuza destacou a participação do Japão nos projetos de desenvolvimento do corredor de Nacala e de agro-indústria, no norte do país. Garantiu ainda que Moçambique tem condições favoráveis para acolher novos investimentos japoneses em vários domínios.

Armando Guebuza elogia ProSavana

Em declarações à imprensa, no domingo (12.01), ao lado do primeiro-ministro nipónico, o Presidente moçambicano elogiou o mega-projeto de cooperação agrária que envolve Moçambique, Japão e Brasil: "o ProSavana vai aumentar os índices de produtividade agrícola dos nossos compatriotas", assegurou Armando Guebuza. Por outro lado, Shinzo Abe não se pronunciou sobre o tema.
Apesar da polémica em torno do ProSavana, o Governo tem defendido que o projeto vai contribuir para aumentar a produção agrícola, o emprego e desenvolver as savanas tropicais onde será implementado, no norte do país.

No entanto, o mega-projeto agrário tem sido contestado por algumas organizações da sociedade civil, que manifestam receios em relação à sua implementação, alegadamente, por exigir a utilização extensiva e intensiva da terra, água, energia e mecanização alienada. Segundo as organizações, o ProSavana não foi antecedido de um estudo de impacto ambiental.

Dias antes da visita, a Associação Académica para o Desenvolvimento Rural, exigiu em comunicado que o Presidente, Armando Emílio Guebuza, e o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, anunciassem publicamente, em Maputo, a suspensão do ProSavana.

Exigiu ainda que os estadistas responsabilizassem criminalmente os agentes governamentais de ambos países, alegadamente, promotores de ações de manipulação e intimidação dos movimentos sociais que se opõem ao ProSavana.

As delegações moçambicana e japonesa optaram por não fazer declarações públicas em relação a estas exigências.

Japão apela ao diálogo entre Governo e RENAMO

O atual conflito entre o exército governamental e o principal partido da oposição, RENAMO (Resistência Nacional Moçambicana), deve ser resolvido através do diálogo, defende o Japão, numa resposta por escrito do primeiro-ministro à agência de notícias Lusa.

De lembrar que os confrontos que começaram em março de 2013, tendo já causado dezenas de vítimas, restringiam-se inicialmente à região centro de Moçambique, mas alastraram-se, este mês, à província sul de Inhambane.

Japão anuncia quase 500 milhões de euros de apoio a Moçambique

ProSavanas Saatgut Tests
Campo de testes de sementes para o ProSavana, em Lichinga, norte de MoçambiqueFoto: DW/E.Saul
Shinzo Abe
Shinzo Abe anunciou 492 milhões de euros na assitência ao desenvolvimento de MoçambiqueFoto: DW/L. Matias
Gespräche zwischen den Delegationen von Japan und Mosambik
O primeiro-ministro japonês viajou para Moçambique acompanhado de uma delegação de cerca de 50 empresáriosFoto: DW/L. Matias
Saltar a secção Mais sobre este tema