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Jornais de língua alemã comentam projeto ProSavana, República Centro-Africana e morte de Mandela

Antonio Cascais13 de dezembro de 2013

A imprensa faz avaliação negativa do projeto ProSavana em Moçambique e destaca ainda as crises na Líbia e na República Centro-Africana, assim como a morte de um "herói africano".

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Foto: Fotolia

ProSavana prejudica pequenos agricultores em Moçambique

O ProSavana é um projeto de apropriação ilegal e organizada de terrenos, um projeto que ameaça os mais elementares direitos das populações rurais em Moçambique, com destaque para o próprio direito à alimentação, escreve o jornal Neues Deutschland, na sua edição de terça-feira, 10 de dezembro de 2013.

O jornal adianta: A associação dos pequenos agricultores, UNAC, critica o procedimento dos promotores do ProSavana. Esses promotores da agroindústria brasileiros, japoneses e moçambicanos, estão a preparar-se para tomar conta de uma enorme área de nada menos de 14 milhões de hectares nas províncias nortenhas de Nampula, Niassa e Zambézia. Tudo indica que os resultados serão desastrosos, pois - segundo os observadores mais atentos - o projeto poderá prejudicar os pequenos agricultores, como aliás também aconteceu no antepassado do ProSavana no Brasil.

Metrelhadoras "made in Germany" nos conflitos internacionais

Karte Mosambik ProSavana Projekt Portugiesisch
O ProSavana extende-se por uma enorme área, nas províncias moçambicanas de Niassa, Nampula e Zambézia

"A morte que vem da Alemanha" - este é o título de outra reportagem publicada no semanário Die Zeit. O jornal questiona: Porque é que tantas armas produzidas na Alemanha aparecem em cenários de guerra, um pouco por todo o mundo, apesar das exportações de material bélico carecerem de autorização por parte do governo alemão? As metralhadoras e pistolas da firma alemã Heckler&Koch, com destaque para a G 36, são comercializadas um pouco por todo o mundo. Onde há guerra, há metrelhadoras alemãs: a Líbia é apenas um exemplo.

Libyen Deutschland Gewehre Waffen Heckler und Koch G36
Metrelhadora alemã Heckler&Koch G36 é um caso de sucesso de exportaçãoFoto: picture-alliance/dpa

França não quer ser o único polícia em África


A França não quer desempenhar eternamente o papel de polícia no continente africano - é assim o título de um artigo publicado no jornal diário die Tageszeitung, e que se refere ao facto do governo de Paris ter decidido enviar mais 1600 soldados para a República Centro-Africana. Por outro lado - refere ainda o jornal - a França orgulha-se por ser um dos poucos países do mundo capazes de atuar, rápidamente e em força, em África. Os dividendos serão colhidos mais tarde. O continente africano poderá vir a ser novamente o eldorado dos interesses económicos franceses. Não são apenas os direitos humanos que contam.

Hollande besucht Zentralafrikanische Republik 10.12.2013
Presidente francês visitou República Centro-Africana a 10 de dezembro de 2013Foto: picture-alliance/AP

O jornal Neue Zürcher Zeitung, editado na Suiça, conlui, que a intervenção militar da França na República Centro-Africana constitui também um grande risco: Na República Centro-Africana pode acontecer o que aconteceu antes na Costa do Marfim: as forças francesas correm o risco de ficarem colocadas entre as frentes beligerantes, passando a ser consideradas inimigas de todos.

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Nelson Mandela não foi santo, mas "apenas" herói


Finalmente destaque para a morte de Nelson Mandela, o tema dominante ao longo da semana. O semanário der Freitag destaca a vida de Madiba, salientando que a era Mandela foi - ao mesmo tempo - a era em que África se libertou do colonialismo e se tornou independente. Quando Nelson Mandela nasceu práticamente o continente inteiro se encontrava sob o jugo dos europeus. Quando Mandela morreu as coisas já tinham mudado.

O semanário Die Zeit prefe salientar: Nelson Mandela não foi um santo, mas sim um herói. O comentador fecha com as palavras: Muitos dos objetivos de Mandela ainda não foram atingidos: nem na África do Sul, nem em África, nem no mundo. Mas com Mandela aproximámo-nos desses objetivos.

Südafrika Pretoria Aufbahrung Nelson Mandela Schlange
Sul-africanos prestam última homenagem a "Madiba"Foto: Reuters
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