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Músicos apelam à paz em Moçambique

João Carlos (Lisboa)5 de outubro de 2015

Num concerto pela paz em Moçambique, realizado domingo (04.10), em Lisboa, Costa Neto e João Afonso fizeram um apelo à estabilidade, no dia em que se assinalou mais um aniversário dos Acordos de Roma, assinados em 1992.

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Espetáculo teve lugar na Associação Cultural B.Leza, no coração da capital portuguesaFoto: DW/J. Carlos

Os músicos estão preocupados com os recentes ataques e atos de violência, envolvendo forças governamentais fiéis à Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO, no poder) e elementos da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), a principal força da oposição.

A violência em Moçambique aumentou nas últimas semanas. Na sexta-feira (02.10), militares da RENAMO e forças de defesa e segurança voltaram a envolver-se em confrontos no distrito de Gondola, na província de Manica, forçando a fuga de dezenas de habitantes desta região.

Face aos sinais de instabilidade no país, Costa Neto e João Afonso exortam o povo moçambicano a afastar-se de todos aqueles que acham que podem procurar a solução de conflitos por via das armas e da violência.

Costa Neto
Músico moçambicano Costa Neto apela à uniãoFoto: DW/J. Carlos

Em voz cheia, os músicos exigiram o respeito pelas conquistas da paz em Moçambique. E fizeram-no com aplausos e brindes do público que acorreu em número significativo ao espaço da Associação Cultural B.Leza, em pleno coração de Lisboa.

Tempo de união

O apelo pela paz e democracia ganha força no ano em que Moçambique celebra o seu 40º aniversário da independência, evocado por Costa Neto, músico, compositor e intérprete moçambicano, mentor do concerto. "Não há razão nenhuma para a violência, em qualquer circunstância que seja", disse à DW África.

Por isso, exorta as populações a abraçar a paz. "Quanto menos pessoas se alinharem em posições belicistas, menos argumentos terá esta tendência", defende, sublinhando ainda que "é tempo de união entre os homens".

Também em conversa com a DW África, o conterrâneo João Afonso, "cantautor" português nascido em Moçambique, defende que deve haver entendimento entre os políticos moçambicanos. "Nós, cantores e músicos, temos o direito de alertar para a necessidade da coisa mais básica que queremos na nossa terra, Moçambique, que é a paz", afirma.

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Paz que, segundo o músico, "só é conquistada se tivermos paz real, que significa democracia efetiva, liberdade de imprensa e independência do poder judicial". Por isso, os músicos exigem do poder político "que se entendam e que haja sensibilidade para outro caminho."

Para o concerto deste domingo (04.10) no B.Leza também foram convidados músicos como Bonga, Otis, Ammy Injai, Tonecas e Amélia Muge, entre outros.

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