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Moçambicanos ainda esperam recetores da televisão digital

Glória Sousa28 de julho de 2016

O país deverá começar a assistir a televisão digital até ao final do ano. Mas muitos moçambicanos ainda não sabem como nem quando. Não há informação sobre os recetores. Os emissores estão a ser instalados.

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Foto: DW/Johannes Beck

Muitos moçambicanos desconhecem o processo de migração do sistema analógico para o digital. A DW África entrevistou Alexandre Rosa, diretor-geral da Televisão Independente de Moçambique(TIM), que lamenta que a população ainda não saiba como terá acesso aos recetores do sinal digital para o televisor.

DW África: Para a população assistir à televisão digital terrestre (TDT) terá de ter acesso a recetores do sinal digital. Como está este processo?

Alexandre Rosa (AR): Neste preciso momento, apenas estamos à espera que a empresa TMT (Transporte, Multiplexação e Transmissão), que é uma instituição governamental, faça a cedência dos "Set Up Boxes", ou recetores, à população. Porque a população de Moçambique não sabe ainda como é que irá adquirir esses "Set Up Boxes", se irão ser subsidiados, se irão comprar, se irão ser de borla… Ainda ninguém sabe. Está a haver pouca divulgação em relação a este processo.

DW África: E no que respeita à transmissão do sinal, está prevista a instalação de 18 emissores. Como está o processo de instalação dos emissores?

Startimes Mosambik
Empresa chinesa foi inicialmente contratada para introduzir no país o equipamento para a televisão digitalFoto: Johannes Beck

AR: Moçambique tem o prazo para migrar do analógico para o digital ainda este ano. A TMT já começou com o processo de instalação de emissores nas províncias: em Maputo e na Beira já estão instalados e estão a instalar em Nampula. E acredito que até 31 de dezembro o processo de instalação dos emissores para a transmissão digital estará concluído. Mas foram escolhidos alguns canais para um processo piloto, experimental, onde a TIM também está incluida. Já se fez a instalação desse equipamento digital quatro canais digitais de televisão, TIM, TVM 1, TVM2 e Miramar para o processo de migração numa fase experimental.

DW África: O Governo de Moçambique anunciou recentemente a fusão da operadora histórica Telecomunicações de Moçambique (TDM) com a operadora de telefonia móvel Moçambique Celular (Mcel). Poderá esta decisão ter interferências na instalação da TDT no país?

AR: Penso que não haverá grandes consequências, porque a TDM é a empresa que irá fornecer a fibra ótica para o processo de migração digital. E acho que esta fusão não irá influenciar em nada.

DW África: Na sua opinião, quais os principais motivos para o Governo moçambicano decidir a fusão entre a TDM e a Mcel?

Mobilfunkantenne
Deverão ser instalados 18 emissores de televisão digital nas principais cidades do paísFoto: DW/Johannes Beck

AR: Penso que a decisão do Governo em fundir a Mcel e a TDM prende-se esencialmente com a intenção de criar uma empresa de telecomunicações nacional e robusta que possa fazer frente a concorrencia, à Movitel, uma parceria de moçambicanos com vietnamitas.

Não só, nos últimos tempos, a Mcel está a passar por uma crise financeira e institucional muito grave, aliada também às próprias telecomunicações de Moçambique (TDM) estarem a passar pela mesma fase. Acredito que, com o andar do tempo, este negócio de telefonia fixa foi entrando em desuso em Moçambique. Este não será um casamento novo, porque a Mcel no passado fazia parte das TDMs. E não sei por que motivo, mas a Mcel não conseguiu andar sozinha.

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