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Moçambique: Doença do coqueiro na Zambézia afeta população

13 de julho de 2017

A província da Zambézia continua a perder grandes plantações de coqueiro por causa da doença do amarelecimento letal. A situação preocupa as famílias que vivem da produção e venda do coco, que já escasseia na província.

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Coqueiros afetados pela doença do amarelecimento na Zambézia, província central de MoçambiqueFoto: DW/M. Mueia

Há 30 anos, a província da Zambézia era a maior produtora de coco em Moçambique e uma das maiores produtoras do mundo. Hoje, grande parte das vastas plantações de coqueiros que constituíam a base da economia da província foi destruída pela doença que começa com o amarelecimento das folhas do coqueiro.

A população lamenta a perda das plantações. Alguns produtores afirmam que a pobreza das famílias aumentou. Américo Selemane é um dos afetados: "Sou do povoado de Ilalane, os coqueiros tão a morrer pouco a pouco, muitas pessoas fugiram do campo para a cidade por causa desta desgraça."
 

Bartolomeu Cabaço
Bartolomeu Cabaço, residente na ZambéziaFoto: DW/M. Mueia

Bartolomeu Cabaço, residente em Quelimane, lamenta: "Nos tempos em que tínhamos coqueiros vivíamos livres, e agora estamos a viver muito mal, saí de Chinde para Quelimane, perdi todas plantas."

Menos coco no prato

As consequências da perda dos coqueiros já chegaram à gastronomia da Zambézia. Nos últimos anos, devido à escassez do coco, o frango assado, a mucapatha, o mucuane e outros pratos típicos da província
passaram a ser preparados sem ou com menos coco.

Como alternativa, as famílias recorrem ao óleo de girassol. Mas afirmam que não é a mesma coisa.

13.07 Praga de coqueiros na Zambézia - MP3-Mono

Nos mercados de Quelimane, os revendedores afirmam que os preços triplicaram. Dependendo do tamanho, um coco que antes custava 7 meticais, hoje pode custar entre 20 e 45 – cerca de 65 cêntimos de euro. Queixam-se também da venda de lanhos, cocos que não estão maduros.

Zambezianos querem intervenção do Governo

Domingos conta que "o coco está muito raro por causa de amarelecimento letal dos coqueiros" e sugere uma intervenção do Governo neste caso: "Compramos cocos mais pequenos a 16 Mts por unidade e vendemos a 20 Mts. Se houvesse formas de o Governo proibir a venda de lanho não teríamos problemas da falta de coco em Quelimane. Ultimamente vendem-se mais lanhos que cocos."

Leonel Fernando diz que "a situação de coco este ano é caótica, já não é como antes. Antigamente vendíamos entre 5 a 7 meticais. Agora o negócio não corre bem porque as pessoas não compram, o coco está caro."
Apesar desta subida de preço, há quem não deixe de consumir o coco. É o caso de Fausia José: "Compro assim mesmo, que fazer? Já estamos acostumados ao caril preparado com leite de coco."

As autoridades governamentais pretendem incrementar a produção de coco fazendo o replantio de novas mudas de coqueiro.

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