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Moçambique: Saíde Amido pede perdão aos munícipes

Manuel David (Lichinga)8 de junho de 2016

O presidente do conselho municipal da cidade de Lichinga pede perdão aos munícipes pelo seu envolvimento em crimes de corrupção passiva e abuso de poder, depois de ter sido condenado pelos crimes no final de maio.

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Saíde Amido, durante a inauguração de um edifício público em LichingaFoto: DW/M. David

O edil de Lichinga, no norte de Moçambique, pediu desculpas aos munícipes tanto em nome pessoal, como do partido que representa, a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO). Saíde Amido esteve envolvido em crimes de corrupção e abuso de poder e foi condenado, no final de maio, a 18 meses de prisão, convertidos em multas.

O pedido de desculpas foi feito durante a cerimónia de graduação de mais de 30 polícias municipais esta quarta-feira (08.06). “Antes deste discurso oficial, quero aproveitar para, através dos órgãos de comunicação social, pedir perdão de forma geral a todo o povo moçambicano, de Rovuma a Maputo e do Índico ao Zumbo, e de forma particular aos munícipes de Lichinga”, afirmou Saíde Amido.

O edil de Lichinga regressou ao seu posto de trabalho há cerca de uma semana e meia e pretende continuar, juntamente com os habitantes, “com o desenvolvimento desta nossa cidade.”

Condenado por corrupção passiva e abuso de poder

Saíde Amido e dois funcionários do munícipio foram detidos a 4 de maio, acusados de uma cobrança ilícita de mais de 150 mil meticais (cerca de 2 500 euros) para obtenção de espaços comerciais no centro da capital da província de Niassa.

No final de maio, o edil foi julgado e condenado a 18 meses de prisão, convertidos em multa. No dia 30 do mesmo mês, regressou ao seu posto de trabalho. “É bem sabido por todos que houve um período de interrupção do exercício da minha atividade”, afirmou Saíde Amido. “Estou em crer que todos os munícipes esperam com muita expectativa um momento como este para nós retomamos as nossas atividades.”

Awilo Alique, delegado político do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), defende que o edil de Lichinga deveria ir aos bairros falar com os munícipes, em vez de pedir perdão através dos órgãos de comunicação social.

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“Ele abusou dos munícipes porque não respeitou a constituição”, afirma o delegado do MDM, que defende a demissão de Saíde Amido. “Lá na Assembleia Municipal temos discutido muitos assuntos e concluímos que o que está a acontecer aqui é mesmo fugir às eleições, porque sabem que o presidente as vai perder.”

As opiniões dos munícipes em relação ao pedido de desculpas público são divergentes. “Sim, o pedido de desculpas do presidente do conselho municipal de Lichinga mostra um lado muito humano. Ele dirigiu a autarquia durante um tempo considerável”, afirma um cidadão à DW África, enquanto outro considera que “não, essa coisa de pedido de desculpa eu não aceito. Ele cometeu um crime e voltou ao trabalho. Isso significa que ele é um corrupto”.

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