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"Moçambique sem apoio internacional até às eleições de 2019"

Lusa | tms
23 de dezembro de 2017

A não divulgação dos beneficiários das dívidas ocultas e "falta de direção política" afastam a ajuda do FMI e demais doadores internacionais, avalia a agência Economist Intelligence Unit.

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Foto: picture-alliance/dpa/J. Lo Scalzo

O apoio financeiro a Moçambique pelos doadores internacionais não deve ser retomado enquanto o Fundo Monetário Internacional (FMI) não o fizer, considera a agência de análise Economist Intelligence Unit (EIU), ressaltando que é pouco provável que isto aconteça antes das eleições de 2019. 

Numa nota enviada a investidores, a agência afirma que "a ausência de um programa do FMI prejudica a perspetiva de evolução económica de Moçambique" e que a retomada de apoio financeiro por parte da instituição depende da assinatura de um acordo com o Governo.

Este acordo, segundo os analistas da EIU, só deve ser assinado depois da divulgação dos beneficiários das chamadas dívidas ocultas, no valor de mais de dois mil milhões de dólares.

"O comunicado no final da visita reitera a necessidade de serem prestadas as informações em falta na auditoria que foi conduzida já este ano relativamente à dívida suspeita", mas, "com o Governo relutante em implicar os envolvidos na contração dos empréstimos, a EIU duvida que esta exigência seja cumprida em breve", diz a agência, a partir da análise à recente visita de uma missão do FMI a Moçambique.

Mosambik Hafen in Maputo
Embarcações da Ematum no porto de Maputo: empresa está envolvida nas dívidas ocultas (Foto de Arquivo/2016)Foto: Getty Images/AFP

"Falta de direção política"

Além da questão dos empréstimos ocultos, a EIU aponta também a "falta de uma direção política credível, o que torna o apoio do FMI ainda mais distante", e defende um "reequilíbrio urgente das políticas para a estabilidade macroeconómica duradoura".

"Apesar de alguma consolidação orçamental, duvidamos que o Governo vá adotar uma política 'amiga' do FMI, nomeadamente austeridade e a reforma dos sistemas de gestão das finanças públicas, antes das eleições legislativas de 2019", considera a agência.

Após o fim da sua missão em Moçambique, o FMI reiterou a necessidade de o Governo apresentar as informações em falta acerca dos empréstimos ilegais realizados por empresas do Estado entre 2013 e 2014.

"Relativamente ao seguimento da auditoria às empresas Ematum, Proindicus e MAM, a missão reiterou a necessidade de [se] preencher as lacunas de informação no relatório da auditoria e tomou nota da recomendação do Governo para esperar pelo resultado das investigações em curso pela Procuradoria-Geral da República", lê-se no documento emitido pela instituição.

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