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Rússia-África: Lavrov acusa Ocidente de pressionar África

Lusa
30 de junho de 2023

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia acusou os países do Ocidente de pressionar "todos os dias" os países africanos para que cancelem a participação na cimeira Rússia-África, este mês, em São Petersburgo.

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Südafrika Treffen der BRICS-Außenminister in Kapstadt
Foto: Nic Bothma/REUTERS

"Os países africanos estão simplesmente a ser pressionados descaradamente, exigem-lhes todos os dias que cancelem a sua viagem à cimeira ou baixem o seu nível de participação; estas são as maneiras dos nossos colegas ocidentais", disse Serguei Lavrov durante uma conferência de imprensa, citado pela agência espanhola de notícias, a EFE.

O chefe da diplomacia russa pediu aos seus colegas ocidentais que tratem os países africanos "como adultos", capazes de tomar as suas próprias decisões e de determinar as suas relações com a Rússia.

"Estive muitas vezes em África nos últimos dois anos, os meus colegas disseram-me que a pressão que tinham de suportar era absolutamente arrogante, desavergonhada e sem subterfúgios", afirmou.

BRICS - Außenministertreffen
Os preparativos para a cimeira de 28 de 28 de julho, em São Petersburgo, estão na reta final Foto: BRICS/AA/picture alliance

Os preparativos para a cimeira de 28 de 28 de julho, em São Petersburgo, estão na reta final e espera-se a participação ao mais alto nível de meia centena de nações africanas, diz a EFE.

A cimeira, apontou o diplomata, será "uma grande declaração" que vai delinear a evolução da cooperação entre a Rússia e os países do continente africano "durante anos".

Haverá também, à margem do encontro, um fórum económico e mediático.

A primeira cimeira entre a Rússia e a África celebrou-se em outubro de 2019 na cidade balnear de Sochi com o lema 'Pela paz, segurança e desenvolvimento', o mesmo tema deste ano.

Rússia remete para "países envolvidos" presença do grupo Wagner em África

O futuro da presença em África do grupo Wagner dependerá dos "países envolvidos", afirmou o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, numa altura em que a pressão do Ocidente é cada vez maior sobre os mercenários.

"O destino destes acordos entre os países africanos e o grupo Wagner depende, acima de tudo, da decisão dos governos dos países em causa de prosseguirem ou não esta forma de cooperação", afirmou Lavrov, numa conferência de imprensa pela Internet.

O futuro do grupo Wagner, que combatia na Ucrânia e cuja presença foi documentada em vários países africanos, bem como na Síria, tem sido questionado na sequência da rebelião de 24 horas há uma semana, liderada na Rússia pelo chefe da estrutura paramilitar, Yvgeny Prigozhin.

Apesar de Prigozhin ter feito abortar o motim 24 horas depois do início de uma marcha militar sobre Moscovo, e de alegadamente se ter exilado na Bielorrússia, os seus homens têm agora de escolher entre continuar com o oligarca russo, juntarem-se ao exército regular russo ou regressar à vida civil.

O grupo deve igualmente entregar o seu equipamento e armas pesadas, disponibilizadas pelas forças armadas russas.

A República Centro-Africana (RCA), o principal país africano onde o grupo de mercenários está presente, afirmou na segunda-feira que a Rússia continuaria a operar no país, com ou sem a estrutura paramilitar.

Na quarta-feira, a França apelou a todos os países envolvidos para se dissociarem do grupo Wagner e disse estar pronta a impor sanções adicionais pelos crimes que o grupo é acusado de cometer nos seus teatros de operações.

Segundo Washington, as atividades do grupo, nomeadamente na República Centro-Africana, serão igualmente alvo de novas sanções por parte dos Estados Unidos da América.

 

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