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Moçambicanos insatisfeitos com aumento do salário mínimo

26 de abril de 2017

Funcionários públicos dizem que os aumentos anunciados pelo Governo não são suficientes para cobrir as despesas cada vez maiores.

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Foto: DW/C. Fernandes

Os moçambicanos não estão satisfeitos com os reajustes dos salários na Função Pública. Na semana passada, o Governo decretou um aumento de 21% do salário mínimo nacional, para 3.996 meticais (56,7 euros). Quem está acima desta categoria, contará com um aumento único de 500 meticais (cerca de sete euros).

Mas esse aumento "não satisfaz as nossas necessidades", queixa-se Jeremias Gravata, funcionário público há 15 anos. Ele ganha cerca de sete mil meticais (100 euros, aproximadamente) e teme o pior: "Quando o salário sobe, sobe tudo".

Mosambik Märkte in Maputo
Custo de vida em Moçambique está mais caroFoto: DW/R. da Silva

No limite

A vida está cada vez mais difícil para os moçambicanos. Os preços dos produtos de primeira necessidade aumentaram mais de 200% desde 2016. Além disso, em março, o preço do combustível foi agravado para quase 60 meticais/litro (0,85 euros/litro). Para os próximos dias, o Governo anunciou o agravamento da tarifa dos transportes públicos, embora ainda não tenha avançado valores.

Mesmo com os preços praticados hoje em dia, os aumentos salariais "nem chegam para cobrir o valor do chapa [transporte semi-coletivo de passageiros]", comenta Arlindo Moiane, funcionário nas obras públicas.

Joaquim Macuvele, funcionário público, também está preocupado: "Eu e minha esposa temos três filhos; a mais velha vai à escola." Se não houver mais aumentos, "será muito pesado" para a família, diz Macuvele.

Moçambicanos insatisfeitos com aumento do salário mínimo

Sindicato pede mais

A Organização dos Trabalhadores de Moçambique, a principal organização sindical do país, entende que o salário mínimo deveria ser muito mais alto.

"Não estamos satisfeitos com o nível salarial. O cabaz que calculámos para a situação atual do país revela-nos qualquer coisa como 16 mil meticais (cerca de 227 euros) para poder suportar o nível de vida como está no país", afirma Alexandre Munguambe, secretário-geral da central sindical.

Betuel Matola, técnico administrativo, adivinha tempos difíceis. O aumento dos salários na semana passada, diz ele, trata-se de uma desonestidade do Governo: "Estamos a fazer de tudo para sobreviver, mas nada anda."