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Cresce o número de cesarianas em adolescentes na Zambézia

25 de fevereiro de 2018

Por semana, pelo menos sete jovens são submetidas à cirurgia no Hospital Distrital de Maganja da Costa. Segundo a única cirurgiã do local, cesarianas evitam que as mães contraiam doenças do útero.

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Foto ilustrativaFoto: dapd

Há três anos que Ana Meque trabalha sozinha como médica cirurgiã no hospital do maior distrito de Maganja da Costa, na província da Zambézia, no centro de Moçambique. Ela diz que todos os dias muitas adolescentes grávidas procuram os serviços de partos hospitalares. Em média, ao menos sete partos de cesariana são realizados toda semana naquele hospital.

Realizar cesarianas ao invés de partos normais é o principal desafio, segundo a médica. "Temos muitas parturientes a precisar de cuidados cirúrgicos. Para ajudarmos as mulheres a fazerem o seu parto, estamos a fazer cesarianas para não corrermos o risco de perdermos a mulher por causa da ruptura uterina. Fazendo a cesariana estamos a garantir a vida da mulher e a do bebé".

Ana Meque, Ärztin
Ana Meque: "É preocupante o número de casamentos prematuros"Foto: Ana Meque

O número de mães adolescentes que fazem cesarianas está a crescer na Zambézia, segundo Ana Meque, que estima que seja "um parto por dia só de adolescentes".

"Além de adolescentes, temos também casos de mulheres adultas que já engravidaram muitas vezes e o útero já não está preparado, porque já teve o seu percurso de parto", acrescenta.

Os partos por cesariana podem ser uma alternativa aos partos tradicionais, mas também têm desvantagens, afirma uma cidadã residente na Zambézia que prefere manter o anonimato. "Não é bom ter parto por cesariana. Como se trata de uma alternativa, temos que admitir: o parto a cesariana causa vários problemas nas mulheres, muitas vezes dores constantes quando não é bem sucedido".

Reconhecimento e apelo

Moçambique: Cresce o número de cesarianas em adolescentes na Zambézia

Na semana passada, Ana Meque recebeu um certificado de reconhecimento pelo seu trabalho com as parturientes. Uma distinção que a incentiva a fazer ainda mais para melhorar a saúde das mulheres.

"Mesmo que eu esteja sozinha na especialidade de cirurgia, a qualquer momento que aparecer uma paciente estou disponível para garantir a saúde da mulher".

A cirurgiã faz ainda um apelo a outros profissionais da saúde: "A todos os colegas, encorajo que com dedicação, vontade e coragem nós podemos melhorar a saúde da Zambézia, podemos cuidar dos doentes com mais qualidade e humanismo".

Direção promete mais profissionais

Em entrevista à DW África, o diretor provincial de Saúde da Zambézia, Hidayat Kassim, promete que vai contratar mais um cirurgião para ajudar Ana Meque no Hospital de Maganja da Costa e mais médicos para novos blocos operatórios da província.

"Vamos aumentar os recursos humanos para garantir que os hospitais com blocos operatórios possam operar de forma adequada. Temos uma lista de espera de 2000 pacientes que esperam ser operados na província".

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