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Na Guiné-Bissau há baixa procura de microcrédito

6 de abril de 2011

Após a abertura do primeiro banco de crédito para o setor agrícola na Guiné-Bissau, apenas uma entidade recorreu ao empréstimo. Trata-se da ALAMUTA, uma associação de mulheres camponesas.

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Na imagem uma das avenidas de Bissau. O primeiro banco de microcrédito, recentemente aberto na Guiné-Bissau, é a esperança dos agricultores locaisFoto: picture-alliance / maxppp

As caixas de crédito e poupança agrícola são ainda uma novidade na Guiné-Bissau. Trata-se de uma iniciativa recente neste que é um dos países mais pobres do mundo. Com bancos de crédito agrícola, Mama Samba Embalo, presidente da Associação Nacional de Agricultores da Guiné-Bissau, que lidera a iniciativa, acredita que vai ser possível proporcionar melhores condições aos camponeses para poderem produzir, diminuindo assim a dependência externa. A Associação, de acordo com Mama Embalo, está também a trabalhar para conseguir a reabilitação da fileira do cajú e já pensa na produção de arroz e de outros cereais e também de alguns tubérculos. Outra grande aposta destas mulheres é a reabilitação da fileira da mancara (amendoin) e principalmente do algodão.

Ensinar a poupar

O primeiro banco foi recentemente inaugurado no norte do país, em Farim, mas o objectivo é instalar 15 caixas de crédito agrícola em todo o país, ainda este ano. O presidente da Associação Nacional de Agricultores da Guiné-Bissau, espera generalizar o acesso dos camponeses aos capitais, que provém de senegaleses e guineenses. Mama Embalo, explicou que a sua Associação pretente também ajudar os camponeses a saberem fazer as suas poupanças, e a reduzirem os riscos que sofrem com os prejuízos das queimadas ou o mau tempo, ou ainda evitarem fazer gastos desnecessários.

Governo cumpre promessa

A linha de crédito assume um papel particular na vida das mulheres guineenses que, segundo Mama Samba Embalo, constituem a principal força de trabalho do país.

Der Markt von Gabu in Guinea Bissau.
Mulheres num mercado de Gabu. Elas são a principal força de trabalho na Guiné-Bissau e por isso pode ser este grupo o maior interessado no microcréditoFoto: Jochen Faget

Na primeira fase, prevê-se que o banco apoie 30 mil mulheres da zona de Farim, com a possibilidade de que outras venham a ser beneficiadas.

A ALAMUTA, uma associação de mulheres camponesas, foi a primeira e até agora a única, a conseguir obter uma linha de crédito, no valor de 2 milhões de francos CFA, cerca de 3 mil euros. Lasana Dabó, da ALAMUTA está confiante nos resultados que a sua associação pode obter: "A abertura da linha de créditos vai ajudar muito a reduzir a pobreza no nosso país." O presidente da ALAMUTA diz que parte do montante obtido deverá servir a outra associação que necessite.

A instalação deste primeiro banco de crédito agrícola vem na sequência de uma promessa eleitoral do presidente da Guiné-Bissau Malam Bacai Sanha.

Autor: Glória Sousa
Revisão: Nádia Issufo/António Rocha