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Nampula: Rapper dá ‘voz’ à luta contra a violência doméstica

Sitoi Lutxeque (Nampula)
19 de novembro de 2023

Casos de violência doméstica têm aumentado nos últimos tempos, o que levou o rapper "Raça Oculta" a tomar uma posição na luta contra este fenómeno. Entretanto, o artista foi laureado na maior parada de música de Nampula.

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Raça Oculta é um rapper moçambicano radicado em NampulaFoto: Sitoi Luxeque/DW

Raça Oculta, nome artístico de Celestino Rocha, diz que só se sentirá verdadeiramente satisfeito quando a violência doméstica diminuir ou for erradicada por completo.

Celestino Rocha manifesta-se "consternado” perante o aumento da violência doméstica em Nampula e diz que não descansará até ver resultados concretos. 

"Enquanto a sociedade não abordar abertamente este problema e os casos de violência doméstica não diminuírem, não há espaço para a complacência. É motivo para unir forças e pessoas, dia e noite, na luta contra este mal", afirmou em declarações à DW.

Raça Oculta reconhece que não pode travar esta batalha sozinho: "Embora eu seja um defensor da luta contra a violência doméstica, sei que é impossível enfrentar este problema sozinho. Precisamos de criar projetos e mecanismos para educar a sociedade, não apenas os mais velhos, mas também as crianças, para que cresçam conscientes da existência desse mal", enfatizou.

Prémio e reconhecimento da sociedade

Em finais de outubro, Raça Oculta foi premiado com a música "Violência Doméstica" como melhor canção sensibilizadora de causas sociais no evento "Ikoma Sa Wamphula" (Danças da Nossa Terra), promovido pela Rádio Moçambique. No entanto, o artista expressou insatisfação com o prémio. 

"[Apesar do reconhecimento], não me sinto realizado. O concurso é gratificante, mas esta luta está apenas a começar. Tenho vários projetos que gostaria de implementar, mas sem recursos é impossível. Por exemplo, a educação das raparigas para que estejam cientes e denunciem abertamente casos de violência que são menos reportados", afirmou.

Celestino Rocha reiterou o seu compromisso no combate à violência através da música: "Tenho o poder da música para influenciar as massas e pretendo, se tivesse recursos, estabelecer um projeto de formação para raparigas e acolhimento de pessoas que sofreram violência", acrescentou.

Aos 32 anos de idade, Raça Oculta agradece o apoio e faz um apelo. "Peço a todos que acompanham esta reportagem que apoiem o meu projeto de combate à violência doméstica", concluiu.

Esta é a luta de Raça Oculta, um artista comprometido em utilizar a sua música como uma ferramenta para combater a violência doméstica em Nampula.

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