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Oposição denuncia "caos" nas legislativas no Senegal

AFP | Mamadou Lamine Bâ | Jens Borchers | mjp
31 de julho de 2017

Mais de 6 milhões de senegaleses foram chamados às urnas no domingo para eleger novo Parlamento. Eleição ficou marcada por fortes chuvas no país, problemas na organização e suspeitas de fraude levantadas pela oposição.

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Foto: picture-alliance/abaca

Os vários constrangimentos estão a atrasar a contagem dos votos, segundo a agência de notícias AFP. Ainda assim, citando fontes oficiais, a televisão pública senegalesa RTS fala numa participação alta, comparando com as presidenciais de 2012. Cerca de 54% dos eleitores terão votado nestas eleições.

As legislativas de domingo (30.07) são vistas como um teste para o atual chefe de Estado Macky Sall, de olhos postos nas presidenciais agendadas para 2019.

Senegal Dakar Wahl
Eleitores à espera de votar em DacarFoto: Getty Images/AFP/Seyllou

Os primeiros resultados oficiais são esperados na manhã desta segunda-feira, depois de um dia de longas filas de espera em várias assembleias de voto.

Estas legislativas ficam marcadas pelo recorde de 47 listas, bem como pelo regresso à política ativa do ex-Presidente Abdoulaye Wade, aos 91 anos. Mas, em muitos locais, faltaram boletins de voto. Durante a campanha eleitoral houve ainda confrontos violentos e protestos pelos atrasos na entrega dos cartões de identidade biométricos necessários para votar. Na véspera das eleições, muitos eleitores ainda não tinham recebido os documentos: "Fiz um requerimento há praticamente sete ou oito meses e ainda não recebi o cartão de identidade nem o cartão de eleitor", denunciou um eleitor.

Face aos problemas na organizarão do escrutínio, Abdoulaye Wade acusou Macky Sall de "criar o caos" nos "locais onde a oposição iria vencer".

Senegal Dakar Wahl
Ex-Presidente senegalês Abdulaye Wade vota em DacarFoto: picture-alliance/abaca

Wade vs. Sall

Wade foi recebido com aplausos quando regressou ao Senegal, no mês passado, para a campanha eleitoral, após dois anos a residir fora do país. O principal candidato da coligação da oposição foi Presidente do Senegal de 2000 a 2012 e é visto como um dos possíveis vencedores da votação, que o opõe ao candidato da Aliança pela República, do chefe de Estado Macky Sall, que pretende manter Mohammed Dionne como primeiro-ministro.

Sall, no poder desde 2012, quer reforçar a maioria parlamentar nestas legislativas. Se conseguir a vitória, tem boas hipóteses de obter um segundo mandato presidencial em 2019.

Ao longo da campanha, Abdoulaye Wade tentou travar esta possibilidade, afirmando repetidamente que a Presidência de Sall é um fracasso e criticando a actuação das forças de segurança, que usaram gás lacrimogéneo para dispersar manifestantes que reivindicavam os documentos necessários para votar.

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Disputa acirrada

Outra das listas é liderada pelo presidente da Câmara de Dacar, Khalifa Sall, detido preventivamente desde março sob a acusação de "desvio presumível de fundos". Khalifa Sall afirma que é vítima de "intriga política": por diversas vezes foi-lhe negada a fiança e os seus apoiantes acusam o Presidente Macky Sall de insistir nas acusações contra o autarca de Dacar para diminuir as suas hipóteses nas urnas.

Os primeiros resultados parciais e provisórios compilados pelos meios de comunicação senegaleses dão, no entanto, uma vantagem significativa a Khalifa Sall na capital.

Entre trocas de acusações e problemas na votação, aguarda-se a divulgação dos 165 deputados do Parlamento senegalês, um órgão com pouca influência no país: nos últimos cinco anos, foram aprovadas 156 leis no Parlamento e apenas uma foi proposta pelos deputados. As restantes resultaram de projetos de lei do Governo.

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