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Organização local tenta combater corrupção na Libéria

Jane Ayeko-Kümmeth | Dan Hirschfeld
23 de fevereiro de 2017

A Libéria continua a ser um dos países africanos mais corruptos. Criada por Jonathan Domah, a CENTAL é uma organização que nasce com o intuito de divulgar casos de corrupção no país.

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DW Sendung Africa on the Move
Jonathan Domah participa no programa  ao vivo da "Rádio Maria”, um sucesso na LibériaFoto: DW

Como acontece em muito países africanos a corrupção é um dos principais problemas da Libéria. De acordo com o Índice de Perceção da Corrupção referente a 2016, realizado pela Transparência Internacional, o país está na posição 90. Em 2015 ocupava a 83.

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Foto: Colourbox/jonnysek

Com o intuito de ajudar a colmatar as falhas que existem na Libéria, por exemplo, ao nível do trabalho da Comissão Anti-Corrupção, criada recentemente, Jonathan Domah, um jovem com 28 anos, criou o Centro de Transparência e Responsabilidade – uma organização local mais conhecida como CENTAL – e que pretende dar voz a várias realidades fradulentas que se sucedem no país.

A rádio como meio de difusão da mensagem

São oito da manhã na capital da Libéria, Monróvia. Jonathan Domah é hoje o convidado do programa  ao vivo da "Rádio Maria”.

À DW África, o jovem de 28 anos explica que a sua participação em programas de rádio como este se revela muito positiva quando a intenção é dar a conhecer o trabalho da CENTAL. "É importante porque o público depende muito de nós. Existe um grande respeito pelo nosso trabalho. Tentamos sempre partilhar com todos os nossos resultados,  as investigações e os nossos recursos", afirma.

23.02.2017 neu Corrupcao na Liberia - MP3-Mono

O programa da "Rádio Maria" é muito popular na Libéria, tendo a maioria dos moradores criado o hábito de o acompanhar. São vários os assuntos que aqui se discutem, desde a corrupção à política.

Jonathan Domah vem falar sobre os recentes episódios de corrupção no sistema educacional da Libéria. Aos ouvintes, o jovem conta que os professores estão a desviar verbas direcionadas à compra de livros escolares.

Após ouvir o relato de Jonathan na rádio, alguns habitantes de Monróvia estão dispostos a dar a sua opinião. São visões muito consensuais. Os cidadãos entendem  que são eles, "as pessoas comuns”, "que deviam beneficiar de todos os recursos que o país tem, o que não tem acontecido por causa da corrupção". Reforçam a ideia de que toda a Libéria "é afetada pela corrupção”, tanto o setor público, como o privado.

Combate à corrupção

Na opinião do fundador da CENTAL, a população deve interiorizar que a resolução do problema está também nas suas mãos. "Com o programa alcançamos pessoas que não têm acesso às redes sociais e temos tido uma grande receção do público”, dá conta o jovem, acrescentando que são muitas as pessoas que procuram a associação para se tornarem voluntárias, oferecendo " o seu tempo e energia".

Sem estes voluntários, Jonathan Domah e os seus colegas da CENTAL estariam a tentar ganhar uma batalha perdida. O ativista compara o seu trabalho a uma luta entre David e Golias - por vezes, investiga e descobre casos de corrupção, mas os criminosos ficam ímpunes.Uma realidade que se deve ao funcionamento atual do seu país: "temos que trabalhar com o sistema judicial. E são tudo sistemas diferentes. Todos estão comprometidos de alguma forma”, alerta Jonathan, admitindo que "tem sido muito difícil ganhar um caso de corrupção na Libéria".

Associação acompanha realidades do país

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Ellen Johnson Sirleaf é a Presidente da Libéria desde 2005Foto: Reuters/A. Sotunde

O impasse gerado entre os estudantes da Universidade da Libéria e a direção da instituição depois desta ter anunciado um aumento nas propinas foi outro dos casos que a CENTAL acompanhou de perto.

À DW, Jonathan Domah explicou que o que se fez foi questionar o porquê deste aumento."O que será feito com este dinheiro proveniente dos alunos? Que melhorias se prevêem? Por exemplo, esta instituição não tem uma biblioteca funcional. Não tem laboratórios com computadores. Os alunos falam sobre internet no campus... Nenhuma das medidas foi implementada até agora", criticou.

O caso acabou por ser fechado depois da Presidente Ellen Johnson Sirleaf ter ordenado que as propinas se mantinham iguais.

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