PAICV promete empregos e aumento do salário mínimo
22 de fevereiro de 2016
O Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, no poder desde 2001) propõe uma nova agenda económica para a próxima legislatura. Os investimentos do setor privado estarão em foco, segundo a líder do partido, Janira Hopffer Almada.
O PAICV pretende melhorar o ambiente de negócios no país. Se ganhar as eleições, Almada quer colocar Cabo Verde no top-3 do ranking "Doing Business" ao nível da África subsaariana (ocupa atualmente a 13ª posição). Pretende ainda que o país esteja no top-50 mundial (está no 126º lugar).
Para incentivar o investimento privado, promete adotar uma "diplomacia económica mais atuante" e, por exemplo, isentar os grandes empreendimentos, particularmente os turísticos, do Imposto Único sobre o Património (IUP).
"Queremos apoiar na criação de cerca 500 empresas por ano, aumentar a produção agrícola em 50% e aumentar em 50% as exportações no horizonte da próxima legislatura", afirmou Almada.
Mais postos de trabalho
A líder do PAICV, de 37 anos, está consciente que a taxa de desemprego é alta, sobretudo entre os jovens. Neste momento, ronda os 15,6 por cento, segundo o Instituto Nacional de Estatística. Por isso, propõe criar entre 15 mil a 25 mil empregos por ano.
"Pretendemos também isentar do pagamento do IUP a primeira habitação da família. É nossa pretensão avançar com a isenção das taxas alfandegárias e de importação no caso dos veículos para transportes públicos, nomeadamente táxis, mas também reduzir as taxas alfandegárias e de importação nos casos de importação da primeira viatura da família."
Ao longo dos próximos cinco anos, o PAICV propõe ainda aumentar as pensões sociais (para o equivalente a 70 euros) e o salário mínimo nacional - de 100 euros para cerca 140 euros.
Simultaneamente, o partido quer construir uma "administração pública moderna, eficiente e eficaz" e reforçar a "coesão social e a sustentabilidade ambiental".
Primeira mulher a chefiar Governo?
Janira Hopffer Almada lidera o Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) desde dezembro de 2014. Se vencer as eleições legislativas de 20 de março, será a primeira mulher a chefiar o Governo cabo-verdiano.
Nos sucessivos governos do PAICV, Almada desempenhou as funções de ministra da Juventude, da Presidência do Conselho de Ministros e dos Assuntos Parlamentares. Em dezembro de 2015, renunciou ao cargo de ministra da Juventude, Emprego e Desenvolvimento dos Recursos Humanos para se dedicar exclusivamente à campanha para as legislativas.