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Relatório: Putin autorizou míssil que derrubou avião em 2014

EFE
8 de fevereiro de 2023

O míssil que derrubou o avião da Malaysia Airlines, em julho de 2014, terá sido autorizado pelo Presidente russo, Vladimir Putin.

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Investigadores da queda do voo de passageiros MH17 sobre o leste da Ucrânia
Foto: Dmitry Lovetsky/AP/dpa/picture alliance

O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, autorizou o uso de sistemas de defesa aérea no leste da Ucrânia, que incluíram os lança-mísseis BUK, que derrubaram, em 17 de julho de 2014, o avião da Malaysia Airlines(MH17), segundo um relatório publicado nesta quarta-feira pela equipa internacional (JIT) que investiga a tragédia.

"Há fortes indícios de que, na Rússia, a decisão foi tomada pelo Presidente sobre o fornecimento do sistema de mísseis BUK para os separatistas da autoproclamada República Popular de Donetsk", indica a JIT, que chegou à conclusão com base em documentos oficiais e conversas intercetadas nos dias anteriores à tragédia do voo MH17, que deixou 298 mortos.

O relatório aponta que, "depois de os separatistas solicitarem armas antiaéreas de longo alcance, o pedido foi discutido na Administração Presidencial em Moscovo, na segunda quinzena de junho de 2014".

Sem processo judicial

A JIT garante que "há informação concreta" de que foi apresentada a "solicitação dos separatistas ao Presidente", embora seja desconhecido a menção explícita do sistema BUK, mas que é certo que a resposta "foi positiva" e que "pouco depois, foram entregues os sistemas pesados de defesa aérea".

esse pacote, indica o relatório, estava "incluído o BUK que, posteriormente, derrubou o MH17".

Destroços do voo MH17
A JIT garante que "há informação concreta" de que foi apresentada uma solicitação ao Presidente russoFoto: Peter Dejong/AP Photo/dpa/picture alliance

As conversas intercetadas também dão informações sobre os integrantes da tripulação que operou a instalação do sistema de mísseis em questão, mas a JIT lamenta que as autoridades russas "não estão a responder perguntas sobre a tripulação, dizendo que não havia nenhum sistema de mísseis BUK" da Rússia no leste da Ucrânia.

Apesar da informação nova sobre a identidade de "várias pessoas envolvidas" no caso, neste momento, há poucas provas para iniciar um processo judicial. Moscovo nega cooperar, e as testemunhas temem pela vida. O próprio Putin conta com imunidade presidencial, lembra a equipa de investigadores.

Eles lamentam ainda que a situação obriga à suspensão temporária dos trabalhos de apuração, embora isso não represente um encerramento dos trabalhos. A JIT é composta por autoridades de Austrália, Bélgica, Holanda, Malásia e Holanda.

Avião derrubado

O voo MH17 partiu de Amsterdão com direção a Kuala Lumpur e foi derrubado por um míssil terra-ar disparado de uma área controlada por milícias separatistas pró-russas.

A JIT concluiu que se tratava de um projétil do tipo BUK, de fabricação russa, que foi levado de dentro das fronteiras da Rússia para o leste da Ucrânia alguns dias antes da tragédia. 

Com base nessa investigação, foi possível iniciar um processo e, em novembro do ano passado, a Justiça da Holanda condenou a prisão perpétua os russos Igor Girkin e Sergey Dubinsky, além do ucraniano Leonid Kharchenko.

Eles foram declarados culpados pelo assassinato das 298 pessoas que estavam a bordo do voo MH17.

Todos foram julgados à revelia, já que a Rússia se recusou a entregar os réus, que não reconheceram o processo judicial aberto pelaJustiça holandesa.