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RENAMO exige "demissão imediata" das chefias eleitorais

23 de outubro de 2023

RENAMO pede a demissão e detenção dos diretores dos órgãos eleitorais em Maputo por ilícitos nas autárquicas. Maior partido da oposição em Moçambique insiste que venceu na capital e alerta para "tsunami" de protestos.

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Protestos em Maputo contra a "fraude eleitoral" a 17 de outubro
Foto: Amós Fernando/DW

A Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) exige a "demissão imediata" e a detenção de responsáveis dos órgãos eleitorais por ilícitos ligados ao processo de votação no dia 11 de outubro em Maputo.

O cabeça de lista da RENAMO na capital, Venâncio Mondlane, refere que nos tribunais onde o partido apresentou recursos ficou provado que os responsáveis das comissões distritais de eleições e dos Secretariados Técnicos de Administração Eleitoral distritais falsificaram documentos.

"Rasuraram os documentos, apresentaram documentos forjados, adulterados, falsos e a lei eleitoral diz claramente que a responsabilidade criminal é mais grave quando os atos criminais são cometidos por agentes dos órgãos eleitorais", disse esta segunda-feira (23.10) Venâncio Mondlane em declarações à imprensa.

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Denúncia de ameaças de morte

O político esclarece que o tribunal do distrito municipal KaMpfumo, a zona nobre da capital, mostrou evidências dos crimes eleitorais: "O tribunal extraiu cópias da sentença e da ata e enviou para o Ministério Público. Por outras palavras, os próprios tribunais reconhecem que as pessoas que estiveram envolvidas na falsificação de resultados, de editais, devem ser responsabilizadas criminalmente."

O Ministério Público ainda não se pronunciou sobre as alegações da RENAMO.

O cabeça de lista da RENAMO afirma que, no distrito de KaMubukwana, a juíza não leu a sentença porque alegadamente foi ameaçada de morte. "Pôs-se em fuga, porque estava a ser ameaçada, que lhe iam raptar os filhos e poderia ser assassinada", denuncia Mondlane.

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"É por isso que, apesar de a ata provar que houve falsificação de editais, ela não conseguiu dar uma sentença de acordo com a prova produzida na sede de tribunal, em audiência", acrescenta.

Um "tsunami" de convulsões sociais

O cabeça de lista diz que não vai aceitar outro resultado que não seja a vitória da RENAMO e sublinha que não se vai responsabilizar pelas convulsões sociais que surgirem caso a vitória não lhe seja favorável.

"Os jovens estão disponíveis a ir até às últimas consequências e não será a RENAMO que vai parar o tsunami que virá da juventude da cidade de Maputo."

Na semana passada o vice-presidente da Conferência Episcopal, Dom João Carlos Nunes, pediu aos órgãos eleitorais para que divulguem os resultados que expressam a vontade do povo.

"Se for necessário esse processo de revisão, que se tenha essa coragem e não só a pressa de dizer que o processo já está concluído, sem sanar os problemas", disse o bispo.

A RENAMO agendou para terça-feira, na cidade de Maputo, mais uma marcha para contestar os resultados do apuramento intermédio que dão a vitória à Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO).

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