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Seca agrava desnutrição no sul de Angola

Anselmo Vieira (Lubango)
3 de março de 2017

Milhares de pessoas continuam a passar fome nas províncias angolanas do sul. Organizações não-governamentais alertam para a situação alarmante vivida nesta região do país, assolada pela seca nos últimos anos.

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Foto: DW/N.Sul D'Angola

A situação no sul de Angola piora a cada dia que passa. A seca assola a região desde finais de 2010, acarretando consigo várias consequências. Uma das mais graves é a desnutrição, bem visível na região do Kuando Kubango, afirma o bispo da diocese de Menongue.

Dom Mário Lukunde lamenta também as condições dos serviços de saúde na província, onde falta quase tudo. "O hospital é pequeno e precisaria de um alargamento e por isso torna-se difícil acompanhar bem os doentes. E muitas vezes há dificuldades de encontrar lugar para os hospedar lá no hospital. Há alguns serviços que também não funcionam muito bem por falta de equipamentos."

Seca agrava desnutrição no sul de Angola

A situação também é preocupante no Cunene. Segundos as autoridades governamentais, a seca assola toda a província.

Aqui, há mais de 750 mil pessoas a passar fome, alerta o vice-governador para o setor político e social, José do Nascimento Veyelenge.

"Este número subiu desde o ano passado e já estamos há três anos sem chuvas regulares. É evidente  que estes números vão subir nos próximos dias", afirma o governador, lembrando que a população não tem quase nada.

Risco de epidemias

Dom Pio Hipunyaty, bispo da diocese de Ondjiva, capital da província do Cunene, também se mostra preocupado com os casos de desnutrição e chama a  atenção para outros problemas graves.

"Onde há falta de água potável sabemos que isto arrasta consigo outras enfermidades e onde faltam alimentos também é natural que traga consigo mais epidemias."

Na província da Huíla, a realidade é semelhante. As autoridades sanitárias falam em muitos casos de desnutrição na província, em municípios como Gambos, Quipungo e Chibia, mas não avançam números. 

Para tentar reduzir os casos de desnutrição, prosseguem na Huíla as campanhas de sensibilização junto das comunidades, disse o diretor provincial da Saúde, Altino Matias.