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Simões Pereira diz que Sissoco é fator de instabilidade

Lusa
31 de janeiro de 2024

O presidente da Assembleia Nacional Popular da Guiné-Bissau considera que o Presidente da República está a ser um fator de instabilidade democrática e acusa-o de decidir em função daquilo que lhe é conveniente.

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Domingos Simões Pereira, presidente do Parlamento guineense e líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC)
Foto: DW

Questionado pela agência Lusa sobre se as decisões de Umaro Sissoco Embaló ao arrepio da Constituição do país fazem do Presidente um fator de instabilidade democrática, Domingos Simões Pereira respondeu: "Absolutamente".

"Isso é uma conclusão a que todo o guineense chega neste momento, mas eu não empolgo muito isso, porque, verdadeiramente, aquele país precisa de paz. Mais do que estarmos nessas afirmações de que é o outro lado e ele dirá que somos nós... Insistimos que o mais importante é tranquilizar a Guiné-Bissau e isso só se faz de duas formas: é respeitando as leis e deixando que as instituições funcionem", completou o presidente da Assembleia Nacional Popular, em entrevista à Lusa no Parlamento Europeu, em Bruxelas.

Domingos Simões Pereira acusou o Presidente guineense de estar a avaliar as instituições democraticamente eleitas do país "em função daquilo que lhe é conveniente".

"Nós fomos a eleições e em democracia ainda não se inventou outra forma de auscultar a opinião maioritária que não seja por via das eleições. O povo guineense pronunciou-se, é uma obrigação de todos os atores respeitarem essa vontade expressa", sustentou.

O presidente da Assembleia Nacional Popular lembrou que houve eleições em junho de 2023, "que contaram com o apoio da comunidade internacional" e expressaram a vontade da população, por isso, é crítico da decisão de dissolver o Parlamento: "Havemos de chegar a um ponto de perguntar para que é que se fazem eleições".

No início de dezembro, o Presidente da República decidiu dissolver o Parlamento, depois de consultar o Conselho de Estado, quando a Constituição define que só o poderia fazer 12 meses após as eleições.

Umaro Sissoco Embaló considerou na altura que houve uma tentativa de subversão da ordem constitucional com o patrocínio da Assembleia Nacional Popular por, na sua interpretação, falhar nas funções de escrutínio ao Governo.

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