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“Stop Sangue”: Polícia quer travar acidentes em Nampula

Sitói Lutxeque (Nampula)24 de agosto de 2016

Nos últimos meses, aumentaram acidentes com moto-táxis na cidade do norte de Moçambique. Para travar onda de sinistralidade, autoridades têm em curso operação de fiscalização e sensibilização de motociclistas.

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Moto-táxi em São Tomé e PríncipeFoto: DW/E. Barros

Devido à falta de transportes semi-colectivos em Nampula, o serviço de moto-táxi tem cada vez mais clientes e o negócio é cada vez mais lucrativo. No entanto, este serviço tem também sido a causa de muitos acidentes nas vias públicas da cidade.

Para não perderem dinheiro, vários motociclistas transportam três pessoas numa só viagem, contra as duas recomendadas.

Multas por falta de capacete

José Salvador, de 40 anos, é moto-taxista há dois anos. Anteriormente, trabalhava numa empresa de segurança privada, mas, confrontado com dificuldades financeiras, optou por esta nova profissão. Recentemente, foi abordado pela polícia quando circulava sem capacete.

"Tenho todos os documentos do registo da motorizada. Naquele dia, por acaso, não tinha capacete, porque saí de urgência, acabei por deixá-lo em casa”, conta à DW África, acrescentando que “a polícia tem razão”.

As autoridades apreenderam os documentos de José Salvador durante a "Operação Stop Sangue", uma campanha de apreensão de motorizadas e sensibilização de motociclistas. O moto-taxista diz que aprendeu a lição e garante que nunca mais deixará o capacete em casa: “Uma pessoa não pode andar na estrada sem capacete. Vou pagar a minha multa e levar os meus documentos”.

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Também o moto-taxista Miguel José foi "apanhado" na mesma operação e pelo mesmo motivo que levou José Salvador a receber uma multa. Confiscaram-lhe a motorizada e os documentos.

"Seguia em direcção ao Sipal, quando fui interpelado pela polícia de trânsito, porque não tinha capacete. Disseram que tinha de estacionar a minha motorizada”, conta Miguel José.

O moto-taxista reconhece ter violado as normas, mas queixa-se da morosidade no atendimento por parte da polícia para o pagamento das multas e posterior levantamento dos pertences.

Operação passa a ser regular

A Polícia da República de Moçambique (PRM) diz que vai continuar a ser implacável na fiscalização nas vias públicas. Durante a "Operação Stop Sangue", já foram apreendidas mais de 100 motorizadas, muitas das quais utilizadas nos serviços de táxi.

Fahrrad-Taxi in Quelimane
Em Quelimane, taxistas de bicicleta receberam formação com vista a reduzir acidentesFoto: Estácio Valoi

Zacarias Nacute, porta-voz da PRM em Nampula, explica que a operação visa “diminuir a fluência dos acidentes de viação na via pública provocados por 'homens de motorizadas'. Passará a ser uma operação rotineira e, neste momento, foram apreendidas 119 motorizadas com diversas infracções".