1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

"Filipo" causa destruição em Vilankulo

Lusa
12 de março de 2024

Segundo o INAM, tempestade tropical severa "Filipo" entrou no continente pelas 05:00 horas locais, pelo distrito de Inhassoro, província de Inhambane, seguindo para sudoeste, nomeadamente Maputo.

https://p.dw.com/p/4dQUr
Tempestade tropical severa "Filipo"
"Filipo" afetou centenas de casas e edifícios públicos, além de deixar várias estradas intransitáveis (Imagem ilustrativa)Foto: Marcelino Mueia/DW

"Nas próximas 24 horas, o sistema continuará a deslocar-se progressivamente na direção sudoeste, podendo condicionar também o estado do tempo caracterizado por chuvas muito fortes, vento máximo de 90 km/h e rajadas até 120 km/h", lê-se num aviso do Instituto Nacional de Meteorologia (INAM).

Aquele instituto identifica como "áreas de risco" 12 distritos da província de Inhambane, e as cidades de Vilankulo, Maxixe e Inhambe, ainda 13 distritos e a cidade de Xai Xai, em Gaza, e sete distritos de Maputo, além das cidades da Matola e Maputo.

"Face à ocorrência de ventos fortes, trovoadas e chuvas muito fortes, recomenda-se a tomada de medidas de precaução e segurança", apela o INAM.

Destruição em Vilakulo

A tempestade tropical severa "Filipo" atingiu esta madrugada a cidade de Vilankulo, sul de Moçambique, afetando centenas de casas e edifícios públicos, além de deixar várias estradas intransitáveis, relatou à Lusa o autarca local, Joaquim Quinito Vilanculos.

"Podemos estar a falar de centenas de casas afetadas, que ficaram sem coberturas, porque é lá nos bairros que a situação está mais complicada. Estamos a fazer o levantamento, mas também temos vários edifícios públicos afetados", disse o presidente do conselho municipal de Vilankulo, província de Inhambane.

Como exemplo da destruição provocada pela tempestade, com chuva e vento fortes desde o início da noite de segunda-feira (11.03), o autarca aponta o caso do estádio municipal, que ficou sem cobertura e com as bancadas parcialmente destruídas.

"Era o único estádio que tínhamos. Mas também a sede distrital da Procuradoria-Geral da República ficou sem a cobertura, e outros edifícios. Ainda estamos no terreno, isto para não falar das vias, como a marginal, que está intransitável", relatou ainda Joaquim Quinito Vilanculos.

"Estamos a precisar de apoio", enfatizou, relatando que o mau tempo acalmou ao início da manhã de hoje.

INGD explica estratégia para superar período das chuvas

Tempestade tropical severa

As autoridades moçambicanas estimam que cerca de 525 mil pessoas poderão ser afetadas pela tempestade tropical severa "Filipo", que está a atingir o centro e sul de Moçambique, com ventos e chuvas fortes.

"Estima-se que cerca de 525.000 pessoas, 856 escolas e 145 unidades sanitárias sejam afetadas [pela tempestade]", disse o porta-voz do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD), Paulo Tomás, durante uma conferência de imprensa conjunta, ao final do dia de segunda-feira, com o Instituto Nacional de Meteorologia e a Direção de Recursos Hídricos.

A tempestade tropical severa "Filipo" deverá atingir as províncias de Sofala, no centro de Moçambique, Inhambane, Gaza e Maputo, no sul do país, até quarta-feira, com ventos de 90 a 120 quilómetros por hora.

"Ao entrar no continente vai reduzir essa intensidade e vai passar para uma depressão tropical, dando muita chuva para as regiões indicadas", referiu Manuel Francisco, do Inam de Moçambique, acrescentando que a tempestade vai atingir com maior intensidade o sul do país.

As autoridades moçambicanas alertaram ainda para a ocorrência de inundações e cheias urbanas que poderão condicionar a transitabilidade rodoviária, principalmente no interior das províncias de Gaza e Inhambane.

"Também há probabilidade maior de inundação de alguns campos agrícolas, sobretudo no baixo Incomáti e Limpopo e, por isso, queremos chamar atenção para os agricultores retirarem as suas máquinas das margens dos rios", disse o chefe do departamento de bacias hidrográficas na Direção Nacional de Gestão dos Recursos Hídricos, Agostinho Vilanculos.

O país é considerado um dos mais severamente afetados pelas alterações climáticas no mundo, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, que decorre entre outubro e abril.

À lupa: África na rota das alterações climáticas