Trump diz-se inocente após ter sido acusado de 34 crimes
5 de abril de 2023
Em mais de 300 anos de democracia norte-americana, dividida por 46 Presidentes, é a primeira vez que os Estados Unidos da América leva a tribunal um homem que colocou a mão sobre a Constituição e prestou juramento. Donald Trump, que anunciou a sua recandidatura à Presidência dos EUA, é o primeiro Presidente ou ex-Presidente do país a ser detido e acusado de 34 crimes.
O antecessor do atual Presidente, Joe Biden, foi ouvido num tribunal em Nova Iorque, onde esteve cerca de uma hora. Foi uma audiência marcada por segurança máxima, em que os jornalistas autorizados a estarem presentes tiveram de deixar toda a tecnologia de fora. Até relógios ficaram à porta.
Mas os relatos dos que testemunharam a audiência afirmam que, Donald Trump, um homem conhecido pela sua comunicação ativa, foi de poucas palavras e numa só afirmou: "inocente".
"O único crime que cometi foi, sem medos nem receios de ninguém, salvar este país daqueles que o querem destruir", disse.
O antigo presidente de 76 anos negou todas as acusações relacionadas com falsificação fiscal e, principalmente, subornos.
Trump é acusado de ter pago mais de 100 mil euros a uma atriz pornográfica, Stormy Daniels, com quem terá tido uma relação extra-conjugal. O suborno em si não foi alvo de investigação, mas sim a suspeita de fraude fiscal, pelo facto de o pagamento em causa ter sido justificado como uma despesa da campanha eleitoral.
O processo inclui 16 páginas, apresentadas a Trump e à sua equipa de advogados.
O juiz, Juan Merchan não emitiu uma ordem de silêncio e deixou Trump sair sem qualquer restrição à sua liberdade.
Donald Trump é também acusado de falsificar registos comerciais, incluindo alguns que foram alegadamente mal convertidos para fins fiscais.
O Procurador Oficial de Manhatten, Alvin Bragg, democrata que também foi alvo de ataques ao seu nome por parte da Trump, afirma que este é um exemplo de que todos estão ao mesmo nível perante a lei norte-americana.
"34 crimes de falsificação cometidos para encobrir outros crimes. (…) E independente de quem seja, nunca poderemos nem iremos banalizar crimes de conduta sérios", comentou.