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UNITA quer discutir detenção dos ativistas no Parlamento

Manuel Ribeiro8 de julho de 2015

A UNITA exige um debate parlamentar de urgência sobre a detenção dos ativistas suspeitos de rebelião contra o Estado. O pedido surge depois da visita dos deputados deste partido aos jovens nesta terça-feira (07.07).

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Manifestação contra o Presidente José Eduardo dos Santos em Benguela, AngolaFoto: DW

Deputados da UNITA, o maior partido da oposição angolana, visitaram esta terça-feira (07.07) os 15 jovens ativistas detidos desde 20 de junho por suspeita de rebelião contra o Estado, para tentar confirmar as condições em que se encontram.

A DW África conversou com a deputada da UNITA Michaela Webe, no momento em que a delegação se preparava para visitar a última das 3 prisões onde estão detidos os restantes jovens ativistas.

DW África: Com está a correr a visita aos ativistas?

Michaela Webe (MW): Até agora sem precalços nenhuns, temos tido total apoio dos serviços prisionais no sentido de ver os 15 detidos. Na cadeia de Luanda estavam quatro, em Calomboloca estavam sete e agora aqui, em Caquila, estão outros quatro.

DW África: E como estão os jovens?

Wahlkampf Angola
Bandeira da UNITA sobre o panfleto do MPLA, o partido no poder, na campanha eleitoral de 2012Foto: picture-alliance/dpa

MW: Fisicamente e mentalmente parecem bem, estáveis, o discurso continua a ser exatamente o mesmo, sem medo de afirmarem a trajetória que passaram desde o dia da detenção até ao dia de hoje. Hoje foi o primeiro dia que tiveram a possibilidade do banho de sol (sair das celas), até agora não tinham tido. Entretanto, os jovens que estão em Calomboloca queixam-se de estar em celas solitárias, aquelas celas feitas para cidadãos que estão presos e que por qualquer mau comportamento são colocados em zonas solitárias, portanto, não estão em celas normais, estão em solitárias. O mais jovem queixa-se que já esteve preso em 2013 e preferia estar preso nas mesmas condições de então uma vez que agora está numa solitária.

DW África: Quem é o jovem?

MW: Nito Alves.

DW África: De um modo geral os direitos constitucionais estão a ser salvaguardados?

MW: Alguns sim, outros não. Por exemplo, eles foram ouvidos em primeiro interrogatório sem a presença de um advogado da sua confiança. Inclusivamente houve um que disse claramente que não iria prestar quaisquer declarações enquanto o advogado da sua confiança não estivesse presente e foi insultado pelo procurador encarregue do processo.

DW África: Como estão os jovens em greve de fome, estão em greve de fome de verdade ou não?

Nito Alves
Nito Alves, um dos ativistas detidoFoto: Maka Angola

MW: Estavam em greve de fome, mas entretanto já terminou, porque o procurador que confirmou a sua prisão estabeleceu que durante dez dias, a contar da data da detenção, não poderiam ter contacto qualquer com ninguém. Portanto, em forma de protesto eles iniciaram uma greve de fome exatamente para poderem ter contacto com o advogado. O que também acho que viola os direitos constitucionalmente consagrados, mas pelo menos com o advogado isso não deveria acontecer. Desde segunda-feira estas situações todas foram regularizadas e, portanto, os jovens já estão a alimentar-se.

DW África: O que a UNITA vai fazer depois desta visita?

MW: Em príncipio a UNITA já tem estado a fazer, solicitou estar em contato com os jovens pessoalmente para avaliar o seu estado de saúde e as condições em que se encontram detidos. Por outro lado, pedimos um debate de urgência conjuntamente com outras forças políticas no sentido do Parlamento se pronunciar sobre essa questão, em virtude de ser uma situação grave. Ou seja, esses 15 cidadãos estão a ser acusados de crime de rebelião e atentado contra o Presidente da República, uma tentativa de golpe de Estado, uma situação grave e, portanto, o Parlamento deve pronunciar-se sobre essa situação.

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