1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

UE e Alemanha atentas às relações entre Pequim e Moscovo

nn | com agências
6 de março de 2023

Presidente da Comissão Europeia diz que "não há evidências" de que a China pretende enviar armas para a Rússia no âmbito da guerra na Ucrânia. Alemanha e Europa estão "a controlar a situação", segundo o chanceler alemão.

https://p.dw.com/p/4OI4X
Deutschland | Klausurtagung des Bundeskabinetts
Foto: Soeren Stache/dpa/picture alliance

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, diz que "não há evidências" de que a China pretende enviar armas para a Rússia no contexto da guerra na Ucrânia. A posição foi expressa este domingo (05.03) ao final do dia, após uma reunião com o chanceler alemão Olaf Scholz no Palácio de Meseberg, a 70 quilómetros a norte de Berlim. 

"Não temos evidências de que a China queira fornecer armas à Rússia. Mas temos de estar atentos todos os dias. E, de facto, a segunda parte da sua pergunta [se a União Europeia consideraria sanções neste caso] é uma questão hipotética que só pode ser respondida se se tornar realidade e um facto", afirmou von der Leyen, perante os jornalistas, após ter participado numa reunião do Conselho de Ministros alemão na qual discutiu as perspetivas económicas para a Europa e para a Alemanha. 

O chanceler alemão, Olaf Scholz, demonstrou uma posição semelhante sobre um cenário de fornecimento de armas a Moscovo por parte de Pequim: "Todos concordamos que não deve haver entrega de armas. E o Governo chinês declarou que também não as fornecerá. Exigimos isso e estamos a controlar a situação", garantiu.

Na semana passada, Scholz pediu à China que usasse a sua influência para pressionar Moscovo a retirar as tropas russas da Ucrânia. A guerra que começou há mais de um ano já fez dezenas de milhares de mortos.

O tema da invasão da Ucrânia esteve de resto bem patente no encontro de ministros alemães, como se percebe nas palavras de Olaf Scholz. "Vivemos atualmente um grande momento de mudança, devido à terrível guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia e à consequente mudança de era, que pôs em causa o tanto que nos pareceu certo durante muitas décadas, em particular o entendimento de que as fronteiras não serão movidos à força na Europa".

Berlim quer menos propaganda russa e mais esforços da China

Tensão com Washington

O bloco europeu continua a estudar formas de mitigar os efeitos da guerra. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, reúne-se esta semana com o Presidente norte-americano, Joe Biden, numa altura de tensão entre Bruxelas e Washington, causada pelos subsídios às empresas norte-americanas, prejudiciais para companhias europeias.

Na agenda do encontro estará a cooperação em matéria de tecnologia limpa, energia e diversificação energética, o apoio à Ucrânia e as relações com a China. 

Outro tema quente na agenda é a recente lei dos Estados Unidos contra a inflação, que prevê apoios diretos às empresas norte-americanas para investimentos sustentáveis, o que coloca as companhias europeias em desvantagem.  

Nos últimos meses, as relações transatlânticas têm sido marcadas pelo descontentamento europeu face ao plano dos Estados Unidos de subsidiar a produção local de tecnologias limpas com 370 mil milhões de dólares (cerca de 350 mil milhões de euros), o que é considerado discriminatório, contrário às regras da Organização Mundial do Comércio e que, juntamente com a escalada dos preços da energia, ameaça levar as empresas europeias a abandonar o continente. 

Esta segunda-feira, Von der Leyen chega ao Canadá, onde se encontrará com o primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau.