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Vítimas das cheias em Moçambique enfrentam roubos

Marcelino Mueia (Quelimane)21 de janeiro de 2015

Já morreram 84 pessoas na semana passada e 90 mil ficaram desalojadas devido às cheias no centro e norte de Moçambique. Nos centros de apoio para onde milhares de vítimas foram reencaminhadas a segurança é um problema.

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População de Nicoadala construiu abrigos provisóriosFoto: DW/M. Mueia

Nos centros de acolhimento, há relatos de roubos não só de alimentos mas também do pouco que as famílias conseguiram resgatar de suas casas. A Polícia da República de Moçambique (PRM) na Zambézia, no centro do país, entretanto, reforçou a segurança nestes locais.

"Temos lá as nossas forças, nas suas diferentes especialidades, para fazer face a esta situação", confirmou à DW África a porta-voz do Comando Provincial da PRM na Zambézia, Elcídia Filipe, sem especificar o número de polícias enviados para os centros de apoio às vítimas das inundações.

Há centros espalhados por quase toda a província, principalmente nos distritos gravemente assolados pelas enxurradas: Maganja da Costa, Mocuba, Nicoadala e Gurué.

Nos centros de reassentamento, muitas pessoas queixam-se de roubos constantes de bens. Segundo Elcídia Filipe, o contingente policial destacado para os distritos afectados pelas cheias tem como missão zelar pela segurança das populações. "Os nossos homens estão lá a proteger os bens e os locais, de forma a manter a ordem pública", salienta.

Vias bloqueadas

Na sequência das chuvas que caem fortemente na Zambézia, várias vias de acesso estão completamente bloqueadas.

Neste momento, a distribuição de medicamentos e o envio de enfermeiros para os centros de reassentamento onde a situação é mais crítica é feita por via aérea.

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Passageiros que pretendem deslocar-se ao distrito de Gurué ou à província de Nampula a partir de Quelimane, passando via Mocuba, têm de atravessar o rio Licungo de canoa, o que torna mais elevado o custo dos transportes.

Várias companhias e transportadoras decidiram na semana passada extinguir a Rota Quelimane para distritos da zona norte do país. "Há filas para atravessar o rio e as canoas não chegam para toda a população. Agora estamos parados", conta o responsável de uma transportadora.

Sem eletricidade

A cidade de Mocuba, a segunda maior da Zambézia, está já há duas semanas sem energia eléctrica na sequência de destruição das torres da Eletricidade de Moçambique (EDM), as mesmas que alimentam a corrente daquela cidade e uma parte de Nampula.

Entretanto, segundo informou a EDM, o fornecimento regular de energia nas regiões afetadas por inundações no centro e no norte de Moçambique poderá demorar mais de 15 dias.

A queda de dez postes de alta tensão no distrito de Mocuba, devido ao transbordo do rio Licungo, está a afetar o fornecimento de energia à zona norte da província da Zambézia (centro), assim como às províncias de Nampula, Cabo Delgado e Niassa, atingindo cerca de 350 mil habitações.

Mosambik Überschwemmungen
Centenas de casas ficaram inundadas por causa das cheiasFoto: DW/M. Mueia