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Zambézia: Líderes investigados por desvio de fundos

14 de junho de 2017

O diretor provincial de Educação da Zambézia está a ser ouvido por inspetores do Governo central de Moçambique. É acusado do desvio do equivalente a mais de 35 mil euros dos cofres públicos. Este não é um caso único.

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Foto: DW/J. Beck

O diretor provincial de Educação da Zambézia, no centro de Moçambique, é o principal acusado do desvio de mais de 2.5 milhões de meticais, que se destinavam à reabilitação da Casa da Cultura no distrito de Chinde, uma obra que nunca chegou a acontecer. Armindo Primeiro está a ser investigado por uma equipa do Ministério da Educação. Ao mesmo tempo, aguarda uma convocação do Tribunal Judicial Provincial da Zambézia para prestar esclarecimentos sobre o caso, após o Ministério Público concluir a sua própria investigação e instaurar um processo-crime.

Na lista dos indiciados no caso consta também o nome do atual diretor provincial de Educação do Niassa, Faustino Amimo, que até 2015 exerceu o cargo de diretor-adjunto de Educação da Zambézia.

Armindo Primeiro, ainda em funções, recusou falar aos jornalistas sobre o caso. O seu advogado, Alberto Joaquim Marqueza, também não avança detalhes, pois, segundo disse, seria prematuro falar sobre um processo em andamento.

Zambézia: Líderes investigados por desvio de fundos

Vários professores ouvidos pela DW África saudaram as investigações. Dezenas de profissionais ficaram oito meses sem salários no ano passado e a Direção Provincial ainda não saldou a dívida. "Não sabemos onde reclamar, ficámos sem salário e o dinheiro nunca aparece", afirmou uma professora, sob condição de anonimato.

Governador preocupado

No sábado (10.06), o governador da Zambézia, Abdul Razak, mostrou-se preocupado com as novas acusações. Este não é o primeiro caso do género na província: O Executivo de Razak afastou há pouco tempo Marcelo Chaquisse do cargo de diretor provincial da Agricultura e Segurança Alimentar, por alegado envolvimento no desvio de fundos.

"Instaurámos um processo disciplinar contra o diretor provincial pelos motivos que já avancei à imprensa e o processo dar-nos-á indicações claras sobre aquilo que aconteceu. O Ministério tomou a decisão de, para já, fazer cessar as funções e nomear um novo diretor", afirmou o governador.

Entretanto, o advogado Alberto Joaquim Marqueza alerta para a necessidade de se fazer outras investigações, não só a nível provincial, mas também a nível central: "Se a lei é para todos e ninguém está acima da lei, era suposto que se faça investigação a todos os níveis. Não sei o que está a acontecer, mas o que é certo é que, se todos temos os mesmos direitos, a investigação não devia acontecer só nas províncias."

*Texto atualizado, corrigindo o número de meses de salário em atraso.

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