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Órgãos do corpo humano como expressão artística

Carlos Ladeira13 de março de 2002

Encerrando o primeiro trimestre de eventos do ano de 2002, a artista paulistana Renata Barros está expondo no Instituto Cultural Brasileiro na Alemanha (ICBRA).

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Renata Barros com dois de seus objetos-cabeça (madeira prensada, plástico e resina), 2001Foto: ICBRA

Uma simbiose refinada utilizando os recursos da sensibilidade artística, plena em expressividade. Os trabalhos de Renata Barros, paulistana, vem atraindo desde o último fim de semana um grande público à galeria do ICBRA, em Berlim.

O tema da mostra é provocante e ao mesmo tempo inusitado, pelo menos no que se refere ao que tem sido a presença da arte plástica brasileira na capital da Alemanha.

Órgãos e seus fragmentos

- Segundo a curadora Tereza de Arruda, "Renata Barros tem trabalhado há anos com a representação do corpo e seus fragmentos, num caráter autobiográfico. Seu percurso artístico foi iniciado pela pintura. Os objetos de Renata Barros transpõem, por exemplo, formatos de coração, pulmão, olhos e cabeças a serem combinados com novos elementos, como tubos de borracha - símbolos de veias e artérias -, assim como uso de látex imitando a pele humana".

A artista afirma que seus trabalhos "são frutos do gosto que sempre tive por estética e filosofia; os questionamentos que hoje tenho estão ligados ao corpo e fragmentação de seus órgãos. Cada órgão tem para mim um significado especial. Tudo isto eu procuro expressar de forma plástico-artística. O corpo na sua totalidade, nas suas identidades".

Os novos projetos artísticos de Renata de Barros estarão tematicamente ligados à cabeça e asas dentro de caixas acrílicas. Mas ela salienta: "Como artista, não posso adiantar que caminhos a minha inspiração vai tomar. Mas haverá muita coisa voando e cabeças pensando dentro de um contexto artístico".

A nova proposição artística brasileira que Renata trouxe a Berlim vingou. O público berlinense vem visitando com interesse a exposição no ICBRA. "Como brasileira, eu aproveito a diversidade de materiais que temos em nosso país, o que cria e dá a possibilidade de olhar, analisar e perceber as coisas, como elas realmente são; mas isto não quer dizer que a minha arte seja puramente nacional. O artista é um ser globalizado em todos os sentidos".